"O Bicho Que Eu Gostaria de Ser"
A religião, que ajuda muita gente a viver melhor neste mundo, varia muito e difunde uma imensa gama de crenças. Uma delas, uma das religiões, que neste exato momento não me lembro qual é, diz que nós retornamos à vida em forma de algum animal para purgar nossos pecados.
Será verdade? Terá algum fundamento tal crença? Digamos que sim. Digamos também que a pessoa, não tendo cometido pecados horríveis, hediondos, imperdoáveis, tenha o direito de escolher sob que forma de animal poderá retornar a este mundo em que agora vivemos. Que bicho você escolheria ser?
Um macaco? Um símio que parece sempre feliz, brincalhão, gozador, irresponsável, alegre, pulando de galho em galho e escolhendo que fruta comer sem pagar nada por ela?
Um leão? Animal soberbo, dominador, belo, forte, servido pela fêmea e respeitado pelos filhotes, e, ainda por cima, chamado pelos humanos de Rei dos Animais?
Uma girafa? Aquele bicho imensamente grande que olha todo mundo de cima, não emite som algum e come as mais frescas folhagens das mais altas árvores?
Uma baleia? O transatlântico dos mamíferos que singra os mares engolindo milhões de pequenos peixes?
Um tubarão? O terror dos mares. O Rei das águas rasas ou profundas. O bicho capaz de mastigar uma folha de aço. O Predador temido no mundo inteiro?
Uma formiga? Um bichinho que, por maior que seja, é minúsculo e passa a vida trabalhando, servindo, construindo, fazendo, lutando pela sobrevivência atual e futura, morrendo aos milhares em um simples copo enchido de repente?
Um veado? Um belo e delicado animal. Um ser terno, esguio, bonito, ágil, assustado e sempre alerta, para o qual o fato de ser sempre alerta não vale nada quando o covarde bicho homem lhe aponta uma arma com mira telescópica?
Um cão? Um bicho cujo temperamento varia muito, mas que no geral é o maior e melhor amigo de quem o tem?
São milhares os bichos sob cuja forma, segundo aquela religião, poderemos retornar à vida. Seriam infindáveis as páginas se eu designasse todos eles. Por isso paro por aqui e digo agora o bicho que eu escolheria ser:
Se eu puder escolher sob que forma de bicho gostaria de voltar à vida, eu escolheria a da Tartaruga, o verdadeiro e único Rei dos Animais. O mais admirável dos bichos que já vi em toda minha vida:
- A tartaruga vive para ela. Não se mete na vida da ninguém;
- Apenas alguns segundos de provocação, são suficientes para que ela meta a cabeça para dentro da carapaça e isole-se do mundo completamente. Não ruge, não reage, não ataca, não responde. Isola-se e cala-se;
-Pressentindo o perigo, recolhe as patas e o rabo junto com a cabeça. Não tem pontos fracos;
-Vive a sua própria vida;
-Não faz graça e não se esforça por agradar;
-Contenta-se com qualquer coisa;
-Vive muito;
-Nasce sabendo para onde ir e para onde deve voltar.
-Sabe curtir como ninguém o pouco que tem;
- Não reclama, não grita, não reivindica.
- Não procura agradar nem pede carinhos;
- Tem uma forte carapaça a protegê-la.
Só não se pode, porém, virá-la de carapaça para baixo. Aí ela se torna indefesa. Mas, como nada nem ninguém é perfeito, eu, se pudesse, escolheria voltar em forma de tartaruga. E daquelas protegidas pelo Ibama.
Mesmo com aquela cara feia que todas elas têm. Minha cara atual também não é lá grande coisa...
A religião, que ajuda muita gente a viver melhor neste mundo, varia muito e difunde uma imensa gama de crenças. Uma delas, uma das religiões, que neste exato momento não me lembro qual é, diz que nós retornamos à vida em forma de algum animal para purgar nossos pecados.
Será verdade? Terá algum fundamento tal crença? Digamos que sim. Digamos também que a pessoa, não tendo cometido pecados horríveis, hediondos, imperdoáveis, tenha o direito de escolher sob que forma de animal poderá retornar a este mundo em que agora vivemos. Que bicho você escolheria ser?
Um macaco? Um símio que parece sempre feliz, brincalhão, gozador, irresponsável, alegre, pulando de galho em galho e escolhendo que fruta comer sem pagar nada por ela?
Um leão? Animal soberbo, dominador, belo, forte, servido pela fêmea e respeitado pelos filhotes, e, ainda por cima, chamado pelos humanos de Rei dos Animais?
Uma girafa? Aquele bicho imensamente grande que olha todo mundo de cima, não emite som algum e come as mais frescas folhagens das mais altas árvores?
Uma baleia? O transatlântico dos mamíferos que singra os mares engolindo milhões de pequenos peixes?
Um tubarão? O terror dos mares. O Rei das águas rasas ou profundas. O bicho capaz de mastigar uma folha de aço. O Predador temido no mundo inteiro?
Uma formiga? Um bichinho que, por maior que seja, é minúsculo e passa a vida trabalhando, servindo, construindo, fazendo, lutando pela sobrevivência atual e futura, morrendo aos milhares em um simples copo enchido de repente?
Um veado? Um belo e delicado animal. Um ser terno, esguio, bonito, ágil, assustado e sempre alerta, para o qual o fato de ser sempre alerta não vale nada quando o covarde bicho homem lhe aponta uma arma com mira telescópica?
Um cão? Um bicho cujo temperamento varia muito, mas que no geral é o maior e melhor amigo de quem o tem?
São milhares os bichos sob cuja forma, segundo aquela religião, poderemos retornar à vida. Seriam infindáveis as páginas se eu designasse todos eles. Por isso paro por aqui e digo agora o bicho que eu escolheria ser:
Se eu puder escolher sob que forma de bicho gostaria de voltar à vida, eu escolheria a da Tartaruga, o verdadeiro e único Rei dos Animais. O mais admirável dos bichos que já vi em toda minha vida:
- A tartaruga vive para ela. Não se mete na vida da ninguém;
- Apenas alguns segundos de provocação, são suficientes para que ela meta a cabeça para dentro da carapaça e isole-se do mundo completamente. Não ruge, não reage, não ataca, não responde. Isola-se e cala-se;
-Pressentindo o perigo, recolhe as patas e o rabo junto com a cabeça. Não tem pontos fracos;
-Vive a sua própria vida;
-Não faz graça e não se esforça por agradar;
-Contenta-se com qualquer coisa;
-Vive muito;
-Nasce sabendo para onde ir e para onde deve voltar.
-Sabe curtir como ninguém o pouco que tem;
- Não reclama, não grita, não reivindica.
- Não procura agradar nem pede carinhos;
- Tem uma forte carapaça a protegê-la.
Só não se pode, porém, virá-la de carapaça para baixo. Aí ela se torna indefesa. Mas, como nada nem ninguém é perfeito, eu, se pudesse, escolheria voltar em forma de tartaruga. E daquelas protegidas pelo Ibama.
Mesmo com aquela cara feia que todas elas têm. Minha cara atual também não é lá grande coisa...