Gratidão

Ouvindo o magistral Kenny G vem a motivação para refletir e tecer algumas considerações sobre a gratidão. Não sei explicar o porquê! Inicialmente é possível deduzir que a vida é tão encantadora e maravilhosa porque também é feita de encontros, desencontros, empatia, antipatia, de feridas, umas cicatrizadas, outras nem tanto, de tantos colos suaves, de olhares tão intensos, de mãos apertadas, de amores vividos e respondidos e outros que machucaram, de amigos verdadeiros que celebraram vitórias e inimigos que fizeram da inimizade uma arte, de gente que faz caminhada pela manhã ás margens do Rio Corda. Que a vida é feita de pessoas que ajudam outros de forma abnegada. A vida é feita também de e-mails que comunicam assuntos tão diversos, alguns que expressam nostalgias e, raramente, cartas solitárias de alguns amigos italianos na minha caixa postal. A vida às vezes constrói pontes, outras vezes somente cais, mas muros também. Aviões supermodernos que suprimem drasticamente distâncias e de pequenas embarcações que singram suavemente os mares em busca de um porto seguro. As cidades são atravessadas por ciclistas que contemplam o inusitado. Nas varandas as redes que balançam dengosamente os casais apaixonados. Faces que relaxam mediante beijos carinhosos. De rostos enrijecidos pelo tempo ausente do carinho. De lábios que se encontram. Que existem pessoas agradáveis, desagradáveis, rabugentas, generosas, pessoas desatentas, umas mal-educadas que buzinam sem necessidade quando não se acompanha a rapidez do semáforo, pessoas sensíveis que se preocupam com o problema do lixo e dos crimes ambientais, pessoas ora sedutoras, ora possivelmente seduzíveis, pessoas praticamente impossíveis, pessoas que têm prazer em machucar, pessoas que carinhosamente curam as feridas da ingratidão, pessoas que poetizam a gratidão em letras de carmesim, gerando sorrisos, letras que eternizarão a gratidão! Realmente a vida é encantadora e grata porque ela nos (re) compensa com ela mesma.