Autoridade, já era?
No Brasil criou-se a ideia de que toda autoridade é autoritária. Ledo engano. A polícia, antes de ser um instrumento abusivo, é tão somente um instrumento de controle. Advertido por Freud, aliás. Disse ele, ou temos o limite imposto pelo superego, ou vivemos numa vida permissiva e sem moral. Onde a permissividade é exagerada, o resultado é a ausência de uma boa conduta. E, o pior dos males, é a morte.
O desrespeito ao outro virou rotina em nosso país. Não temos mais pudor pela vida alheia. Um sujeito tira a foto de uma pessoa no aeroporto, divulga a imagem da pessoa nas redes sociais, detalhe: apelidando a pessoa, e nós, rimos. Nos divertimos.
A diversão firou sadismo. Isto é, tratamos o Outro de qualquer jeito. Tudo é piada. Há uma carência de pessoas sérias na atualidade. Estamos vivendo numa sociedade de infantis. Pobres, infantis!
E, como crianças vítimas do mundo, proclamamos que a autoridade é desnecessária. Que não precisamos dela. Tornamos a autoridade o nosso problema moderno. Como se a ausência de autoridade fosse eficiente. Já somos um dos países mais violentos do mundo e mesmo assim não glorificamos o respeito ao Outro. Começando, pela polícia.