....................

Os pensamentos gemem neste espaço que te concedo, nas lembranças sem cor, onde o sonho é algo indefinido.
Chove lá fora! Lembro-me de montanhas enormes de escuro barroco e das finas figuras formadas, que lentamente sobressaíam, em algum lugar que conheci, um dia.
O sol aparece lentamente no seu ar derradeiro, como se me dissesse que a caminhada é vagarosa, por vezes indecente. Os rios estão cheios, transbordam. Suas elegantes curvas ensopam minhas horas mortas, ante o silêncio pastoril e a angústia que se esconde, entre esta, aquela e as
outras horas mortas.
Meu pensamento pareceu parar durante o banho, enquanto a água escorria do meu corpo, tomado pela mudez do tempo e o murmurío da água caindo ao chão. Mergulhei na noite vaga, nas veias da minha memória, enquanto uma antiga existência bailava no ar, sózinha. Pensei-te e nada encontrei…
Penso então nas árvores sem folhas. Escrevo-te e o perigo é o abismo do céu que nos separa, recortado por uma névoa doce.
Sabes perfeitamente como é... o pensamento desvela qualquer ilusão de nossa alma.
MIRAH
Enviado por MIRAH em 01/07/2007
Reeditado em 18/07/2007
Código do texto: T548189