A EDUCAÇÃO NA MESA DE NEGOCIAÇÃO

É comum vermos nos noticiários de TV, sites, revistas etc., que a educação não vai bem, que os índices de desempenho dos alunos não correspondem aos investimentos feitos pelos governos na área educacional e que é preciso elevar a qualidade social da educação. A lista de necessidades em relação à educação estatal é infindável. Pensa-se muito, planeja-se tanto, executa-se muito pouco e obtêm-se quase nada no que concerne aos resultados almejados. Existe um desajuste macro em relação à tríade: PENSAR-FAZER-OBTER.

O certo é que ainda não se fomenta uma educação pública efetivamente de qualidade, porque os saberes e fazeres não estão verdadeiramente alinhados e o resultado dessa prática é a excelência das “ilhas” que de vez em quando aparecem nas mídias. Temos algumas escolas e alguns alunos “ilhas de excelência” nesse contexto em que subjaz a máxima da Educação de Qualidade para Todos.

Enquanto isso... Nos bastidores do poder a educação está na mesa de negociação. Negocia-se a entrada dos dirigentes da educação não pelo sistema de meritocracia, mas pela bandeira partidária que defendem e ainda se pensa em educação de qualidade e para todos. Pobres mortais! Isso sem mencionar nas reduzidas ou até inexistentes condições de trabalho que esses NOMEADOS irão dispor para colocar suas ideias (algumas estaparfúdias até) em prática para mudar os paradigmas educacionais vigentes. Na maioria das vezes o que se vê é a troca de seis por meia dúzia apenas.

Mas, enquanto há vida... A esperança agoniza no lamacento palco social. Porém continuemos a acreditar que educação pública tem jeito, que as “ilhas de excelência” logo serão substituídas por “continentes de excelência” e quem sabe um dia, um mundo de excelência. Todavia, se o “plano A” falhar, temos o “plano B” para por em prática (calma, não se trata de mais uma bolsa, não!). A tática seria aumentar de cinquenta para setenta e cinco por cento as cotas para os estudantes egressos da escola pública básica, afinal “mexer” na base dessa (des) estrutura é uma “missão quase impossível”. (Alguém aí chame o Tom Cruise, por favor!)

A guisa de conclusão:

Para fechar o ciclo vicioso das “negociações” na mesa da educação estatal básica, ainda temos que conviver com a vergonhosa metodologia do QI (quem indicou?!) dos cargos dos dirigentes da educação superior. Seguindo o mesmo método governos asseguram a entrada desses profissionais nessas instituições pelo critério da filiação partidária e/ou pela tradição política da família dos indicados e ainda, se esta tem número de eleitor suficiente para justificar a escolha e assegurar a permanência do indivíduo na chefia por um ou dois mandatos.

Pelo o exposto, é pertinente indagar: quando neste país a educação pública será fomentada por uma gestão pautada na política da meritocracia e na observância da excelência dos processos indissociáveis, porém distintos, de ensino e aprendizagem, assumindo posturas condizentes com a educação necessária para extinguir paradigmas obsoletos que cristalizam o processo de libertação do ser por alienar seus pensamentos, saberes e fazeres? Será que algum dia a educação pública será liberta da manipulação ferrenha dos algozes que estão (não são) no poder?

Por: Maria Gildha da Silva