Cativar e Conquistar

Cativar e Conquistar

As pessoas chegam , entram e saem das nossas vidas, deixam marcas especiais, registram momentos que fazem a nossa história, acrescentando experiências, despertando emoções, ajudando-nos a evoluir.

São muitas e variadas as formas de atração e de envolvimentos. Algumas realizam grandes encantamentos, outras nos constrangem e então nos perguntamos: - o que está acontecendo?

Essa fase inicial em que existe o mútuo esforço para chamar a atenção, é semelhante à dança do acasalamento, tão comum entre os animais . Nesse momento, os sentidos falam muito alto e a necessidade de cativar, de permutar sensações exige certo tipo de transformação. Uma onda misteriosa de salutar energia nos envolve modificando as nossas vibrações de forma ampla e sutil que se intensifica a cada nova aproximação, determinando impulsos quase compulsórios, de agradar, de ser admirada, de sentir-se desejada e amada. Começa o jogo da sedução com o despertar de emoções mais intensas e, o Ego exige através da vaidade conduzida pelo desejo, algo mais caloroso, mais emocionante, capaz de fazer explodir os anseios contidos no furor de uma paixão. Essa é, a fase do pareamento, do comando hormonal associado ao arsenal detido no psiquismo, envolvido por situações mal resolvidas ou atreladas aos traumas vivenciados então adormecidos no inconsciente.

Eis que aos poucos se estabelecem as ansiedades, as dependências e, as carências, responsáveis pelas mazelas das famosas "dores de amor". Essa também é a fase dos entrosamentos, das descobertas, dos momentos de verdadeira revolução existencial. O egoísmo impera e começa a ditar as regras. Surgem os queixumes as desculpas que querem escravizar, o sufoco de querer controlar e ter a posse do outro. Nessa fase difícil, campeiam os conflitos e a relação amarela, tornando-se um verdadeiro martírio, transformando-se em tormento, gerando inquietação, desconfianças e desapontamentos de toda ordem. É o desencanto, que reduz ou elimina o compartilhamento; ambos têm a auto-estima minimizada, ficam amargurados, descrentes, revoltados, insatisfeitos e intolerantes; já não se entendem nem se aceitam.

É uma fase muito crítica e delicada e, se nesse momento não se tentar uma verdadeira conquista baseada nos sentimentos e nos valores morais,

e, o casal que se encantava, que parecia tão amigo, transforma-se em inimigo ou fica indiferente...

A conquista verdadeira, quase não aconteceu ou ficou esquecida nos porões da convivência rotineira pela falta de alimento que a alma necessita.

Toda conquista requer a presença da confiança que, aliada a esperança passa a promover o bem estar e motivar o soerguimento do altar para a comunhão do amor, livre dos miasmas que se atrelam ao corpo e aos vícios da matéria.

A fase da conquista real é a fase que conduz ao equilíbrio através da compreensão que permite o caminhar juntos e a cumplicidade no viver.

A conquista real soma os valores e diminui os infortúnios, multiplica as alegrias e divide as realizações, ajudando a libertar a alma dos grilhões formados pelos defeitos e pelos vícios, motivadores das imperfeições, responsáveis pelos sofrimentos e pelas discórdias.

A conquista real não faz jogos de interesses mesquinhos e utiliza a verdade, o respeito e a dignidade nos atos que pratica, respeitando as individualidades e os limites, sendo capaz de grandes doações, operando com a vontade que ajuda a vencer, sentindo prazer em caminhar e conduzir para a felicidade, na certeza de encontrar a paz e a libertação que apenas o amor, livre das ambições e das vilandades tão comuns nos entrosamentos, é capaz oferecer

Claudenice Rosário

Alagoinhas/Ba/Brasil/2007

Claudenice Rosario
Enviado por Claudenice Rosario em 02/07/2007
Código do texto: T549453