O velho e a criança

A despeito dos desencontros amplamente cantados e contados, vivenciei raros e singelos encontros que me comoveram nestes dias: o velhinho e a criança. Ele, com cerca de oitenta anos, sua delicadeza e generosidade, no hortifruti botafogo, quando tive um mal súbito, e num dia que marcava 39º C. O tempo nas ruas cariocas estava febril, disse a enfermeira, logo em seguida, quando eu já estava na clínica sendo atendida e aquele tempo deu espaço a uma bela tempestade; e, outra casualidade, hoje, a criança, perto do riosul. Uma menininha linda, com cerca de um ano e uma bolsinha dourada no braço. Ela se aproximou e pediu a àgua que eu tomava , sem cerimônia. Sei que a probabilidade de os ver novamente será remota. Divido aqui esses momentos com seres inexplicáveis e comoventes, na contracorrente destes nossos tempos adultos, maduros _ internos e externos _ de ausências, excessos, intolerâncias, sóis destemperados e temporais trágicos ou anunciados.
Susie Darling
Enviado por Susie Darling em 03/01/2016
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