Anseios

Já não sabia mais se a vida era cruel consigo ou se, de fato, o mundo era uma máquina de causar dores e moer pessoas.

Havia se formado um buraco negro em seu peito que à tudo e todos engolia e, bem sabia ela, jamais poderia ser preenchido.

Ansiava, pois, por dias mais leves e amenos, onde o riso viesse sereno, sem ser acompanhado por uma enxurrada de memórias. Dias onde pudesse deitar a cabeça do travesseiro e simplesmente adormecer, ao invés de inundá-lo.

Desejava o perdão por ousar brincar de sonho e ilusão. Queria apenas que as feridas fossem fechadas e o buraco tapado. Não suportava mais sentir sua alma arder em carne viva. Ansiava as cicatrizes.

Gabi Lima
Enviado por Gabi Lima em 17/01/2016
Reeditado em 17/01/2016
Código do texto: T5513896
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