No encalço de uma vida nascida por disparates eu trafego ruas ermas, solitárias avenidas, numa injusta redenção por amôr de outras feras. E, talvez, de mil amôres que não se compensam com tantas perambulações de alma citadina. E nas horas mais incertas o cruel saber de que não amei suficiente. E vi distante moças e damas que numa conjura, por me detestarem a fisionomia vilesca, sempre me ignoram, por uma eternidade me deixam ao desprezo. E delas nada contenho de sentir-se amado, o mais desoaldo instante de corpo inerte, minha vontade se esvair a cada olhar de pouco caso. E falo a verdade no recôndito de meu lar, vazio e alheio ao despertar o coraçãoa cada manhã desperdiçada. A poesia deesse meus demônios sem visão, uns insólitos devaneios de hoje....
             Olho para cima, ao céu aviltre, incapaz de observar nuvens de certezas,solitário numa virtude de ser e o deixar de ser. E amei tanto, e nunca tive as mãos em conluio com terceiras mais amáveis. E nunca vieram a mim o por acharem que sou consorte da sombra de solteiro poetares. Fico na ruína de uma esperança que no apesar de ontem era jovem e prometido para o altar. mas em vão. E em vão também sofri a conturbada conclusão do louco perdido, visto a solitária permanência, sendo o mais deserto dos homens sem amôr.
            Um dia virei a ser o esquecido, na penumbra de tumular sedição, em seduzido torpor de morrer esvaziado. Porém desejei a contrução de minha verdade e nunca encontrei a mulher de minha companhia desejável. Eu sou assim e de nada mudarei, vivendo a sinecura de andante de ruas e vagante vir-a-ser. Solitário é o nome do estelar nebuloso de meus sonhos. Vivendo à espera, na espreita talvez, de consumir esta vontade por alguém, um amôr que nuca inexiste, e do nada virá a mim. Permaneço no ermo caminhar de tentar viver desaparecido entre os corações alheios de madames desprovidas de vida. E meus amores antigos me devem o diploma de minha carreira de senhor das desesperações, a sós com pensamentos. E por ser feio deslumbrante, viajante de mim mesmo, perdido sem emoção maior que viver sabendo. No ego cabisbaixo o raivoso inconsciente que me machuca. 
           Entretanto meu ego me desafiara a morder a consciência, esse monstro de recurvados cornos inexistentes de nomes feios. E com ele vivo a perdurar essas sensações, o temor e a dissolução. E por raiva lhe concedo a falta de pedir os três desejos necessários. Que se vá aos meus ombros e me deixe em paz, se assim possível fosse! Dele quero distância sem odiar.
           Entretanto sou um homem, dividido, diversificado, adiado em ser feliz se pudesse! Que o smostregos de minha consciÊncia se consumam após o meu dar de ombro pela vida escassa que me dissolve...sem a fé vazia dos mentirosos de bravata, cretes de uma mentira vergonhosa de dogmas vãos.
           Sou o homem incrédulo que na luta de sobreviver em um desamor constante, sempre perde por culpa de quase nada. Vi em muitas faces o desprezar mundano da desfeita feminina, do suposto desafeto homossexo insatisfeito, do tudo que podia ser o amado desejar. Por ora sou mais que um ponteiro numas horas de vagar lentamente. Espero a prosperidade de outra alma que fosse co-igual, mesmo que não em essência, mas em querer ser muito amado! E padeço do pioneiro mal-estar de ser sozinho no universo que me renega a compaixão de minha cara-metade que nunca virá. Até quando perdurar, este eterno conflituar, essa batalha por desejar e ficar restando? E sobrei, encalhei, e sofro por isso e assim vai...cadê as respostas, ai, destino infame? Até onde?
Francisco Carlos Amado e pai-mãe de Avatares
Enviado por Jurubiara Zeloso Amado em 17/01/2016
Reeditado em 18/01/2016
Código do texto: T5514204
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