A SÍNDROME DO DOMINGO

O sábado foi exaustivo. Preparando a casa; o corpo; a roupa e o guarda roupa. Noite de festa e retorno ao lar doce lar.

Mas daí chega o domingo e Maria Clara, relaxa em berço esplendido. Casa limpa e trabalho só amanhã. Tem um domingo inteiro pela frente. Pensa nas amigas, mas descobre que elas, ou estão visitando os pais ou aproveitando o domingo em pequenas viagens à serra ou ao litoral.

Molha as flores, ou as muda de lugar; procura os CDs e a sala se enche ao som de Tim Maia e Gal Costa em "Um dia de domingo", depois vem Emilio Santiago com a sua "Verdade Chinesa", evitando deprimir-se guarda o disco de Alcione e sua "Estranha loucura". Talvez não resistisse.

Maria Clara cresceu ouvindo dizer ser o domingo um dia santo, o Dia do Senhor. Porem ela mesmo não se sente santificada, Tendo então dificuldades para reverenciar esse dia. Pelo contrario, começa a acha-lo longo, onde sobra espaço para o pensamento e onde surge a angustia pela falta de atividades. Onde a necessidade urgente de preenchimento do tempo possa levar junto os anseios, que essa longa tarde domingueira soube tão bem reinvidicar.

Revoltada com a inercia e a inatividade dos finais de fins de semana, mais especialmente do domingo, Maria Clara decide não mais permitir que sentimentos ruins e nostálgicos preencham seu coração e sua vida nessas ocasiões e decide criar uma programação especifica para o dia seguinte, fazendo com que a segunda feira seja um dia atrativo, cuja espera, já desperte na jovem a alegria que antecede sempre os bons acontecimentos.

CEIÇA
Enviado por CEIÇA em 27/01/2016
Reeditado em 28/01/2016
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