OS PILATOS

“Eu lavo as minhas mãos". Trata-se de uma frase muito usada, que teve origem em uma passagem bíblica também muito conhecida por todos, que retrata o julgamento de Jesus feito por Pilatos.

Pilatos era um homem com poderes para decidir o que fazer ou o que deveriam fazer. No entanto, ele se encontrava em uma situação muito complicada. Ao interrogar Jesus, não encontrou culpa Nele para o condenar a crucificação. No entanto, por ser um homem público, precisava agradar ao povo, pois era tradição crucificar alguém naquela data, e este povo o pressionava a tomar uma decisão. Diante do impasse, Pilatos logo encontrou uma saída, jogar a responsabilidade para o povo outorgando-lhes uma escolha, Jesus ou Barrabás. Pilatos precisava se eximir da culpa de um sangue inocente e por isso lavou as mãos. A multidão eufórica pediu então, que caísse sobre ela a culpa. Ufa! Era tudo que Pilatos queria ouvir. Enxugou as mãos e retirou-se deixando Jesus a cargo do povo que pediam para que fosse crucificado.

Mas, a questão relevante é: quantos Pilatos existem hoje em nossas sociedades? Digo sociedade no plural, porque estou dividindo-a em seguimentos. Quantos têm lavado suas mãos diante das situações? Esta frase pronunciada por Pilatos a mais de dois mil anos atrás, nunca foi tão praticada como em nossos dias atuais. São muitos lavando as mãos para se eximirem da culpa e da responsabilidade.

Já imaginou se todos nós lavarmos as mãos? Sobre quem cairá a culpa ou responsabilidade? Somos nós que decidimos em que sociedade queremos viver.

Josildo S Neves