Mensagens que edificam - 164

Por mais pesaroso que seja, optar por caminhar na contramão da unanimidade, há sempre o consolo de saber que posso estar na classificação dos não burros. Ter ciência que ser diferente da maioria pode ser um forte indício de não estar errado, reforça a minha ideia de que fiz a escolha certa ao descer enquanto sobem, subir enquanto descem, ir para a direita quando vão para a esquerda e ir para a esquerda quando vão para a direita, por outras vezes voltar quando vão e ir quando voltam. Parece complexo, mas é bem mais simples encarar a vida com a cara descoberta, sem máscaras e sem a maldita maquiagem proposta pelas ideologias autoritaristas. É bem melhor a cara lavada e desprovida de qualquer embuste que ostente um puritanismo doentio, onde um grupo seleto faz jus à um prêmio pela sua condição de sujeição. Também pode parecer contraditório falar em unamidade quando é dado um exemplo de um grupo seleto, mas a explicação é primária, eles são muitos, cada um com a sua autenticidade única, e assim acabam sendo a maioria. São tantas verdades que na hora de escolher fica claro que estão de mãos dadas com a mentira. Ou será que há mais de uma verdade? Ao que parece, há uma verdade para cada conveniência, e uma cilada para cada trajetória, não importa qual seja a escolha. Bater de frente com tudo isso é comprar uma acirrada briga com interesses escusos demais para que fiquem a vida inteira fantasiados de inocência. Ninguém é inocente nesta história, a diferença é que alguns são subjugados enquanto outros apertam as rédeas dos controlados, mas tudo com uma aquiescência muito mais vil do que servil. Uma subserviência que condene peremptoriamente quem não joga no mesmo time é, na melhor das hipóteses, uma anuência com pactos de maldade contra a liberdade e o direito de expressão. Nunca será demais, sempre que possível for, expor que há controvérsias, e que debaixo deste angu tem caroço. Caminhar na contramão da unamidade é osso, mas nessa briga eu é que não serei lançado no fosso.