EU SOU ATEU
Crônica de:

Flávio Cavalcante

 
     Dizem que eu sou ateu. Mas será que realmente eles têm razão? Eu sou aquele que acredita no que eles acham ser impossível. No entanto eles dão credibilidade a impossibilidade de muitos fatos. Será que sou ateu porque não acredito no impossível propriamente dito?

     O que mais me impressiona é ver quantidade de pessoas incapazes de enxergar as coisas que na maioria das vezes estão estampadas bem diante dos nossos olhos.

     Num determinado café da manhã numa mesa retangular acompanhado com alguns amigos, surgiu uma conversa intrigante onde o principal assunto era a religiosidade de um dos componentes da mesa. O mais intrigante é ver o despreparo das pessoas sobre o tema que elas mesmas defendem com tanta veemência. O discordar da opinião alheia já deixa muito claro o tamanho deste despreparo. Mas sempre me interrogam sobre como é viver no mundo sem acreditar em nada. E quem disse que eu não acredito?
 
     As pessoas carregam manias de querer apedrejar sem verificar primeiramente a veracidade dos fatos. Cada um tem o direito de se expressar da forma que bem entender.
 
     Na maioria das vezes a intenção da opinião é transmitida erroneamente e ou a pessoa receptora não tem a capacidade de acompanhar o raciocino e entende tudo ao pé da letra de maneira completamente contrária.
 
     Seria eu um asno se não acreditasse realmente em nada com tanto exemplo de algo mais que a nossa concepção jamais irá alcançar. O fato de dar credibilidade a certos pensamentos e conceitos produzidos por mentes insanas que visam exclusivamente o interesse próprio. A minha incredulidade está aí. Não posso dar créditos a um Deus da manipulação de mentes inocentes e insanas que se aproveita de pobres coitados que não tem nem o que comer em casa, exigindo que os fiéis tirem das garras o que eles não tem para ofertar na eminência de dar em dobro tudo que foi doado com muito sacrifício. Dar em dobro o que? Miséria? Como Posso dar credulidade as maledicências desse que se diz a fonte do amor?
 
     Eu não acredito em carochinha, papai Noel e outras fábulas criadas para ludibriar as cabeças das pessoas que não querem entender como realmente são palpáveis e que não passam de estórias, mas a lavagem cerebral não os deixam enxergar dois palmos diante do nariz resultando numa fome de crença obedecendo a ordens de um líder da sacanagem que usa artifícios em nome de um Deus maléfico, mesquinho, prepotente e principalmente ganancioso. Um Deus que só te ajuda se der algo em troca. E o resultado de tudo é uma montanha de pastores distribuídos em templos cada vez mais ricos.
 
     Eu pergunto que Deus é esse que dá vitória pra os líderes e os seus fiéis que não saem da miséria e vivem pedindo clemência de uma dor que nem eles mesmos sabem se sentem? Pede pra ter uma salvação que nem eles mesmos sabem o que significa essa palavra. Pedem pra curar a ferida onde na verdade não existe nenhuma chaga aberta. Levam a vida na esperança de serem arrastados para uma moradia junto a um Jesus Cristo que á séculos prometeu voltar e ainda esperam por muitos e muitos séculos.
 
     Eu já cansei de esperar e espero tranquilo para não cair sentado no chão. Prefiro ficar aqui esperando e curtindo a vida como se ela fosse a última. Eu creio na natureza que mostra a lição para todos aqueles que de fato querem enxergar a existência de um Deus verdadeiro, ou um ser superior à nossa concepção carnal.
 
     Se é pra dar créditos a uma manipulação de mentes afim de subestimar a minha pobre inteligência, me deixem então ser ateu, pelo amor de Deus.
 
 
Flávio Cavalcante
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Flavio Cavalcante
Enviado por Flavio Cavalcante em 06/03/2016
Reeditado em 06/03/2016
Código do texto: T5565567
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