MAIS MULHER

Quando o homem surgiu na Terra, se vendo em meio à natureza, estava tudo arrumadinho ainda. Não tardou muito para que aparecessem as primeiras meias em cima das árvores e louça suja por todos os cantos. Aí é que veio a mulher. Não estou dizendo que ela surgiu apenas para limpar toda a bagunça! Para isso também, mas principalmente para dar um puxão de orelha no malcriado do sexo masculino. Afinal de contas, alguém tinha que nos botar na linha!

De fato, geralmente é a mulher mãe a primeira a ensinar as crianças a se portarem, a escovarem bem os dentes e a se prevenirem para os pequenos contratempos do dia-a-dia. As mães sabem dessas coisas porque, sendo mulheres, são criaturas muito versáteis, capazes de pensar e executar mil tarefas ao mesmo tempo (liderar um exército, governar nações, descobrir elementos químicos, escrever belos livros e pintar quadros com maestria são apenas algumas das inúmeras habilidades femininas). O homem faz no máximo uma coisa de cada vez e às vezes ainda pede ajuda para a mulher mais próxima!

A mulher ora é um grande apoio, ora é a protagonista nata nas relações humanas. Até hoje há homens que não se sentem confortáveis em serem chefiados por uma mulher no trabalho. Um grande equívoco da parte deles... mulheres dão ótimas chefes. Sabem observar, sabem orientar, mas são craques mesmo é em mandar. Na maior parte das vezes em que uma mulher fala, ela está certa, e mesmo quando ela não está certa, ela ainda está certa! É meio confuso, mas melhor não questionar. Os homens baixam a bola, suportam estresses e TPMs porque sabem que dependem das mulheres. Não só dependem, como gostam muito delas. Se há nelas alguma irritabilidade, parte é fruto de uma personalidade geniosa que precisa ser extravasada, e a outra parte é culpa nossa.

Falando assim, a mulher parece muito tempestuosa, o que de certo modo não é verdade. Essa é só uma das diversas faces da figura feminina. Há uma outra, oposta e igualmente vistosa: o lado terno e doce. Esse não é novidade para ninguém. Declamamo-lo sempre a cada dia 8 de março e com razão. A mulher por vezes tem a graciosidade de uma florzinha em um descampado ao pôr do Sol. Pode ser grande conselheira, extremamente racional, mas sem perder a sua emoção e a sua intuição marcantes. Pode também apenas nos receber de braços abertos, nos acolher. Em outras horas, é ela quem precisa ser acolhida. A mulher é forte e frágil, é robusta e delicada. E é também o primeiro berço, leito por onde passa todo ser humano que vem ao mundo.

Não há como negar a intensa ligação que todos nós temos com a mulher. E por mais que muitos senhores tentem reprimir isto, todos nós temos um lado feminino também (assim como toda senhora é mulher macho, sim sinhô). Homem e mulher são duas formas de manifestação de um único ser. Muitas vezes a última é subjugada socialmente, mas no íntimo cada um de nós as ama de maneira incondicional. Que possamos lembrar-nos sempre deste amor, para promovermos uma sociedade justa com a mulher, grande polo da nossa existência, pessoal e coletiva. E que assim, respeitando e se inspirando nesta exuberante manifestação da natureza humana que é o feminino, o planeta possa se tornar cada vez mais firme e mais doce, mais tenaz e mais compassivo, mais mulher!