Bonetinho, mas Ordinário.

Tenho orgulho de ser um militante idealista, isto é, militante não profissional. Nos anos 80 e 90, quando ainda ativo no trabalho, em minhas folgas, estava sempre ajudando o Partido dos Trabalhadores em suas atividades sociais e outras eleitorais. Era novo e tinha saco para ouvir agressões verbais de energúmenos. O PT nasceu debaixo de vaias e achincalhamentos. Eu fazia um trabalho corpo a corpo. Chegava aos amigos e conhecidos com pouco mais de liberdade e com os desconhecidos com bastante cuidado. Quando percebia os casca grossas, saia de fininho. Em 1989 ao panfletar, um rapaz de uns 30 anos, jogou o panfleto no chão, abaixei peguei-o e falei:- vou aproveita-lo , porquê custou dinheiro, o cara me mandou uns palavrões, notei ele desdentado, fiquei com pena. Notadamente pobre e hospedeiro das teses burguesas.

Tinha na minha rua, uma moça espevitada, muito sociável. Era quase recente, a campanha presidencial de 2014. Encontrei-a num Sacolão e por mais que tentasse convencê-la a votar na Dilma, o voto era para o Aécio e Pimenta da Veiga.

Depois de muito insistir me prometeu que votaria em Patrus e Rogério Correia. Só aí percebe-se a incoerência; mistura o progresso com o atraso. Nestes momentos nem é bom ficar querendo politizar eleitores, nessa hora é amarrar votos para o partido.

As vésperas da segundo turno fazendo as caixas dos correios, ouço uma voz gritando “Sô Lalá!...” Quando olho é a minha amiga Divina correndo ao meu encontro com um panfleto da Dilma na mão, dizendo; “vou votar na Dilma, também minha patroa.” Discretamente quis saber a mudança de tão repentina decisão; foi que ao assistirem o debate, não gostaram o modo grosseiro que Aécio dirigiu a Presidente Dilma

Na visão da Divina, Aécio poderia ser filho dela. Ri, porquê Aécio já está bem coroa,isto é, não é mais o Garoto do Leblon, mas O Coroa do Leblon. Haja botox, clareamento de dente e tintura de cabelo.

Nas panfletagens entre gozações e piadas, uma senhora disse sobre Aécio: “ Bonitinho, mas ordinário!...”

Lair Estanislau Alves.