Thiago e Joana - Capítulo I - Coisa de cinema

Pela manhã, Thiago abrira a porta do guarda-roupa, permanecera parado durante alguns minutos. Entre esses minutos, ele Pensou concentradamente em como seria sua vida ao longo do dia se caso optasse por sua Blusa-de-botão bege. A blusa não foi feita originalmente bege nem o era assim por descuido de Dona Ravena, mãe jovem e viúva de Thiago e Hugo, respectivamente. A cor amarelada da blusa ostentava apenas a presença de Joana à vida do pós-adolescente Thiago. Iago, como fora apelidado antes mesmo de nascer por seu pai, e Joana sofriam dos mesmos genes, sendo o principal deles a habilidade de ouvir, a proeza de ser ouvinte diante os ruídos humanóides.

“Para alguns escutar mais do que ouvir é sabedoria, visto que o senhor a quem chamam de sábio prefere ficar calado a ostentar comum idiotice”.

Dona Ravena escuta o Telefone tocar. Fecha o chuveiro e proferi a fora do banheiro.

- Iago! Porque o telefone toca e tu não atendes meu filho?

O chamado da mãe de nada adiantara. Thiago saiu há tempos só para ver Joana.

Thiago sonhou na noite anterior que casava-se com a bela moça Joana. Seria o sonho, seria o óbvio, seria apenas o livro sendo lido. E, toda essa vontade de se amancebar começara quando Joana dera uma camisa-de-botão branca a Iago ao completarem três anos de namoro.

Mas antes desse sonho vir a calhar, há três anos, Joana tropeçara pela vontade do seu cadarço desamarrado. Thiago não vira o momento de tamanho de desastre, porém não deixou de socorrê-la. Afinal, ele passava por perto e os calados não são mudos.

Após levantar-se do chão estrategicamente traiçoeiro do shopping, Joana fixou sua vista em Iago e vice-versa. Os dois pares de olhos se deliciaram e os milhares de pares de olhos curiosos ao redor não acreditaram na cena de filme que acabaram de presenciar.

Denis Morais Cavalcante
Enviado por Denis Morais Cavalcante em 09/07/2007
Reeditado em 09/07/2007
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