De um sonho para uma triste realidade

Domingo, dia 13, não houve como não se emocionar ao ver o povo brasileiro nas ruas. Milhões... Centenas de cidades... Algumas batendo todos os recordes em manifestações. Até o jornal Folha de São Paulo se rendeu à verdade, às imagens. Chorei algumas vezes ao ouvir nosso hino entoado por milhares e milhares de vozes.

Como uma sonhadora nata que sou, até acreditei que depois desse dia os políticos teriam atitudes mais respeitosas com o nosso país.

Como sonhadora, idealista, acreditei que no dia seguinte às manifestações nosso Brasil começaria a voltar a ser o nosso Brasil. O verde, amarelo, azul e branco. Sonhei.

Mas da mesma forma que tenho meus devaneios, tenho meus pés no chão. E quando eles tocaram o solo, depois de me permitir voar nas asas da ilusão, o choque foi inevitável.

Despertei.

Despertei de uma forma brusca tais as informações que não paravam de chegar da capital federal (minúscula mesmo, pois é assim que a vejo no momento) e nesse acúmulo de informações me defronto com uma triste realidade. Domingo, dia 13, foi em vão.

Eu já havia me perguntado qual o motivo de fazermos manifestações num domingo, e não encontrava a resposta. Uns diziam que, como somos trabalhadores, domingo é o único dia que poderíamos realizá-las sem atrapalhar o desenvolvimento do país. Que só faz manifestação dia de semana o pessoal que está atrelado de alguma forma a esse desmando que estamos assistindo e que recebe para ir às ruas. Os trabalhadores não. No domingo estavam lá de livre e espontânea vontade patriotas defendendo as nossas cores.

Tudo em vão... A bem da verdade. Algum tempo atrás, aqui mesmo, eu comentei que as manifestações deveriam ser em dias úteis, pra parar mesmo o país. Pra verem que não somos patriotas de finais de semana. Que somos patriotas dia após dia. Luta após luta.

Agora chegou a um ponto que sinceramente não sei se dará tempo de revertermos a situação. Acho que deveríamos ter ido às ruas, ontem, hoje, amanhã, até quando preciso fosse para que os políticos e os politiqueiros voltassem a respeitar o povo brasileiro.

Hoje estou com pés fincados no chão.

Triste, decepcionada e, acima de tudo, magoada com o que estão fazendo com o nosso lindo e amado Brasil.

Se um dia poderei voltar a sonhar, não sei.

O tempo, senhor da razão, é quem dirá.