Caminhos alternativos...


 
               Confia em mim e deixa de me pedir. Tu vais me dizer como fazer meu trabalho?                Para de ter tanto medo de mim. Eu não te julgo, nem te critico, nem me irrito,                nem te incomodo, nem te castigo. Eu sou puro amor. Para de me pedir perdão.                Não há nada a perdoar. Se Eu te fiz… Eu te enchi de paixões, de limitações,               de prazeres, de sentimentos, de necessidades, de incoerências, de livre-arbítrio.               Como posso te culpar se respondes a algo que eu pus em ti? Como posso te               castigar por seres como és, se fui Eu quem te fiz? Crês que eu poderia criar um               lugar para queimar a todos meus filhos que não se comportem bem, pelo resto da               eternidade? Que tipo de Deus pode fazer isso?” - Baruch Spinoza.

 
Simpatizo e concordo com as palavras de Spinoza, autor acima citado, principalmente quando ele diz: “Como posso te culpar se respondes a algo que eu pus em ti?”.

Se refletirmos um pouquinho veremos a verdade nesse modo de pensar. Além de criados à sua imagem e semelhança, Ele nos deu a capacidade do livre discernimento, ou seja, o uso do livre- arbítrio. Assim sendo, os rumos por nós tomados, são da nossa inteira responsabilidade. Ele age como um bom pai, que mostra o caminho certo a seguir. Desviar-se dele, depende de cada um.

Para muitos, seguir uma religião representa estar firme em seus propósitos, mesmo que esse propósito compreenda apenas um simples ritual de ir às missas, aos cultos e/ou as reuniões secretas, ou ainda, seguir alguns dos preceitos pregados por esses segmentos.

Será essa a forma correta de conduzir a vida? Ou seja, tecer uma ligação, mesmo que tênue, com um ser ou energia superior que move o universo, será esse elo, suficiente para um perfeito equilíbrio emocional e funcional nos dias atuais?

Não é muito fácil entender o porquê das coisas desse mundo, e muito menos explicá-los, mas é notório que, desde o início dos tempos, o homem tem tentado justificar a sua presença e o seu “Modo Vivendis” nesse plano, buscando para isso o amparo religioso.

Cada qual professando a sua crença (enquanto igreja) procura arrebanhar novos seguidores. Os reinos vislumbrados num outro plano são muitos. Alguns sonham com um mundo de leite e mel; outros, com lugares aprazíveis e paz profunda; outros preferem idealizar lugares específicos, para a devida expiação das nossas falhas aqui vividas, e assim vamos seguindo o nosso ciclo aqui na terra. Uns acreditando num Deus bondoso que acolhe e encaminha para o rumo certo, outros tantos temerosos, diante de um Deus que castiga e abandona no fogo do “Inferno”.

Costumo dizer que todos os caminhos são caminhos, desde que eles nos conduzam a uma vida mais reta, mais justa, mais humana e amorosa!

Se esse caminho é regido por uma energia superior, por vários Deuses ou pelo Deus único, não importa. O que de fato interessa, é que a fé que nos impulsiona a caminhar, nos torne mais fraternos.

Particularmente, gosto de acreditar num “Deus” presente em cada célula do meu corpo, na natureza, seus matizes, sua fauna, sua flora, no ar, que um dia conduziu no meu ser, sua presença em forma de energia com a primeira respiração, no murmúrio das ondas do mar, nos pingos da chuva que cai no telhado; enfim... Gosto de pensar num “Deus” que não me julga, mas que me ajuda a seguir sempre firme e em frente!
Vanda Jacinto
Enviado por Vanda Jacinto em 29/03/2016
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