EXTREMISMO, POLARIZAÇÃO E BURRICE

Somos dados a extremismos e polarizações, simplesmente, porque somos insensatos.

Temos enorme dificuldade em reconhecer fraquezas, erros, ignorância, então apelamos para fingimento, agressão, dissimulação, acusação de terceiros e invencionices predatórias.

Isso não ocorre só em política, mas em todos os segmentos de atividade e em todos os momentos de nossas existências, porque ao invés de dar o braço a torcer e reconhecer que não gostamos de ler, que somos preguiçosos, tendenciosos, corporativistas, epicuristas, falsos e falaciosos, jamais abaixamos a cabeça, e preferimos brigar, mentir, atacar, para tentar levar no grito o que não temos condição de realizar da forma mais correta.

No aspecto religioso, não damos a mínima para os preceitos dos mestres, preferindo ir de encontro aos aspectos formais das religiões constituídas, mesmo que isso contrarie todo o fundamento original, e bradamos que nossa fé é a única válida, desprezamos outras religiões e não nos instruímos a respeito do que seguimos, mas cremos no que dizem os líderes.

No aspecto educacional, aprendemos, desde tenra idade, a estudar só pra passar, colar e enrolar. Se chegamos à faculdade, a arrogância cresce a cada ano letivo, e ao invés de nos dedicarmos, integralmente, ao estudo, preferimos intoxicar o corpo e a alma, com excessos e atitudes agressivas, geralmente motivadas por doutrinas que pregam a sublevação contra as “elites capitalistas que dominam e oprimem a sociedade”. Ouço essa bazófia desde 1968.

Essa sublevação consiste em viver do dinheiro dos pais ou da bolsa de estudo, não fazer nada (não trabalhar, nem estudar), destruir o que estiver ao alcance, repetir palavras de ordem, gritar bastante e, quando houver folga, usufruir do bom e do melhor (dos outros). Ao mesmo tempo em que se pretende empreender guerra contra tais elites, provoca-se perdas enormes aos cidadãos simples e não se respeita ninguém. Qual o futuro desses estudantes?

Já convivi com quem hoje representa a situação e a oposição. Conheço-os, todos, e sei que não valem grande coisa. Acompanhei a trajetória de Fernando, José, Aécio, Lula, Dilma e vários outros. Nenhum deles pode se considerar impoluto, capaz e realizador por seus méritos. Lula e Dilma nunca foram heróis. Ela veio da classe média (que Marilena Chauí diz que odeia), não se notabilizou nos estudos, foi uma militante apagada, assessora política medíocre e só se elegeu por conta da indicação de seu sucessor, tornando-se péssima administradora da coisa pública. Ele, assim que entendeu como, deixou de trabalhar para se tornar bom de papo, como sindicalista. Passou décadas sem precisar pegar no batente, mas mesmo assim não quis estudar, chegando a dizer que detestava ler e não via importância no estudo.

Marina e Vicentinho tiveram origens humildes, talvez mais, mas venceram, estudando.

Lula também não fez um bom governo. Foi razoável, mas se compararmos, no período de seu mandato o perfil de desenvolvimento de todos os outros países do mundo, o Brasil posa de medíocre para ruim, pois ficou entre os piores. E isso, num tempo de prosperidade para as finanças mundiais, em que, praticamente, todas as economias nacionais se deram bem. Se ele estivesse governando num cenário como o de hoje, faria o mesmo que sua sucessora: nada.

Seus antecessores foram tão ruins quanto. Todos erraram muito, e quando, raramente, acertavam, o mérito era da equipe e das condições favoráveis. Se tivermos de citar homens de visão, na direção deste país, só dá para arriscar Juscelino e Dom Pedro II. E olhe lá, hein !?!

Marilena Chauí disse: Por que Moro tem tanto poder? Porque serve a dois objetivos: entregar o pré-sal para companhias norte-americanas de petróleo e enfraquecer o Mercosul.

Embora todos estejam acostumados às citações destrambelhadas dela, é preciso ser muito fantasioso para crer nisso. Também disseram que o tal juiz ganha quase noventa mil de salário, embora não chegue, seu soldo, a trinta mil, o que também é enorme salário. Mas o que vale mesmo é mentir, polemizar, sem preocupação com a verdade.

De um lado, querem tirar a presidente, sem pensar que o que fica no lugar é tão ruim quanto, e que a recuperação do país vai demorar muito. De outro, querem justificar atitudes e histórico, cujo resultado e repercussão são injustificáveis. De que adianta tentar manter projeto que não funciona? É mais digno reconhecer que há erro e é preciso mudar o rumo.

Sabe aquela estória de que meu filho não é ruim. São as más companhias?

É o que vemos sempre. Têm de existir bodes expiatórios, conspirações, de um lado e de outro. Quem se pronuncia de modo sensato, sem tomar partido, acaba sendo escorraçado por ambas as partes. Quem quer sensatez, quando o costume é dar coices, berrar e bagunçar?

nuno andrada
Enviado por nuno andrada em 30/03/2016
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