FALSOS LÍDERES

Existem pessoas que ocupam cargos de chefia, com vários colaboradores sob seu comando, mas que não possuem o menor traquejo e respeito no trato com estes e nem o equilíbrio emocional desejável a quem exerce tais cargos. Não é necessário ser um psicanalista para perceber quando um líder se desmantela emocionalmente. Um líder é colocado à prova exatamente nos momentos de crise, quando as decisões precipitadas colocam tudo a perder mais rapidamente e o bom senso se faz ausente. A autoridade se esvai quando seu exercício exige exacerbar no tom de voz, com gritos, berros, ofensas e acusações sem sentido e sem prova alguma. A partir daí o chão começa a faltar e a derrota interior e exterior já é dada como certa – geralmente sem retorno. Até chegar ao trágico desfecho, o pretenso líder passa por cinco estágios, segundo o modelo consagrado pela psiquiatra Elisabeth Kubler-Ross: a negação, a raiva, a negociação, a depressão e a aceitação. Helmuth von Moltke, chefe do Estado-Maior do Exército prussiano, depois de aposentado, concedeu uma entrevista que deveria servir de exemplo para governantes que se pretendam grandes líderes. Perguntado como se sentia como um general invicto e o mais bem-sucedido militar da segunda metade do século XIX, Moltke respondeu de pronto: “Não se pode dizer que sou o mais bem-sucedido. Só se pode dizer isso de um grande general, quando ele foi testado na derrota e na retirada. Aí se mostram os grandes generais, os grandes líderes e os grandes estadistas”. Na retirada, os pretensos líderes sucumbem ao teste a que Moltke se refere. Os surtos, os seguidos destemperos e a negação da realidade revelam pessoas completamente fora do eixo e incapazes de gerir e comandar o que quer que seja. Você conhece alguém assim?
 
 
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