ANOS DOURADOS

Eramos todos estudantes do Colégio situado na Rua da Matriz, em Santo Amaro. Do tempo em que tinha Bonde, Guarda Civil e pirulito da Kibom. Tempo de quase nenhuma violência, nada de Marginal no Rio Pinheiros e, uma vez por ano, Holliday on Ice e Feira de Utilidades Domésticas, no Ibirapuera. O mundo girava em torno das jabuticabeiras do quintal de meu avô e das brincadeiras de National Kid ou Vigilante Rodoviário. Ir à praia era uma aventura, pois o carro sempre fervia na subida da Anchieta. Fazia parte, mas quem tinha um fusca passava tranquilo e ficava sem cocada. Ferver o carro era sinônimo de cocada. No dia da partida, nem tomávamos café da manhã adequadamente, sabedores da proximidade da vendedora de cocada.