Garrincha, o cidadão incomum

Não somos sabedores de nada, por isso às vezes embarcamos em canoa furada.

Ficamos sabendo pela mídia dos ilícitos cometidos pelo presidente da Câmara dos Deputados, do seu envolvimento na Operação Lava Jato, do(s) processo(s) a que responde no STF, etc. Embora não tenhamos, a rigor, prova de nada, ficamos indignados com o fato de uma pessoa com os atributos dele, presumivelmente um criminoso em potencial, presidir ou conduzir o processo de impedimento da nossa presidente que, segundo parcela expressiva da população, não cometeu crime algum.

Por que ele não é conduzido coercitivamente pelo juiz Sérgio Moro para prestar depoimento à PF? Por que ele consegue, talentosamente como o grande Garrincha, fazer a Comissão de Ética da Câmara de João, driblando-a repetidas vezes?

Isso acontece, devemos imaginar, basicamente por conta do instrumento do foro privilegiado. Instrumento que deveria ser condenado por todos, sobretudo pelos que se acreditam socialistas, para quem oportunidades, direitos e deveres devem estar, na maior amplitude possível, ao alcance de todos.

Tais instrumentos fortalecem pessoas sem credibilidade alguma junto à opinião pública. E prejudicam ou impedem a sua condenação definitiva pela Justiça.

Vimos a pouco no Face uma pessoa surpreender-se com o fato de Sérgio Reis ser deputado. E o que dizer de Paulo Maluf, que julgávamos estar sendo procurado pela Interpol, continuar exercendo um mandato eletivo neste país?

Rio, 20/04/2016

Aluizio Rezende
Enviado por Aluizio Rezende em 20/04/2016
Reeditado em 20/04/2016
Código do texto: T5610520
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