O SOL DA GUATEMALA

(Diário de minhas andanças)

Este é um dos trechos que percorro quase tôdas as tardes.
Distante uns 4km de onde resido, é a rua por onde contorno fazendo meu caminho de volta.(Nos finais de semana costumo ir bem mais longe,porém, isso é assunto para futuros relatos).
O bairro chama-se Engenheiro Gutierrez,ao qual carinhosamente denominamos:
"G U T I"
À quem dispensar apenas um olhar "prático",nada além de uma ruazinha de bairro.À mim, ela conserva uma perene poesia.
As "Estremosas" floridas ao redor do muro, na casa de dona Joana Piegat,são um pequeno exemplo deste meu sentir.

É a ladeira que desce para a antiga estação ferroviária,onde a galera dos anos 60/70, costumava reunir-se, trocar aqueles olhares "43", amargar alguns platonismos ou, simplesmente por-se à espera de idas e vindas naqueles trens apinhados de passageiros.
À cada vez que cruzo o trecho, retomo as lembranças de tantos momentos, de velhos amigos, dantes tão unidos, hoje tão dispersos por força de compromissos.
Tenho em meus arquivos uma coletânea de fotos do local.Hoje, escolhi uma tarde de primavera.
Era um domingo.Não sei exatamente o ano.Pode ser 2014 ou 2015,Tudo o que lembro é daquele céu de ouro deitando-se atrás das colinas. 

Tão intenso! Que até o cãozinho daquela rua,meu velho conhecido, virou jóia rara.

Ao final da ladeira, o dia terminava assim:

Aí fica impossível não plagiar o mestre Quintana:

"Neste meu romantismo vagabundo
É pra mim (e pra galera de Guti) que São Pedro pinta
Os mais lindos crepúsculos do mundo"

Joel Gomes Teixeira