QUEM MAIS CUSPIU EM NOSSO PAÍS?

Para cora coralina, Carolina de Jesus, patativa do Assaré e Elizeu ventania

Nunca está bom. Sempre falta colocar mais isso ou retirar aquilo.

Geralmente acontece comigo exatamente como disse a menina Tamiris pires em uma de suas crônicas, “A gente só percebe o óbvio quando já não dá mais pra voltar atrás”. Tamiris pires, aqui mesmo do recanto, sabe?

Pois bem, sempre quando eu posto um texto, e após um tempinho vou rele-lo, passo a não mais gostar dele como há pouco. Falo da maneira de como foi escrito determinada frase por exemplo, porque o assunto, o tema, eu raramente me arrependo.

Não que eu tenha pretensões de escrever bem pra caramba, no sentido de ser um virtuoso das palavras, como muitos chatos por aqui (Existe virtuoso legal de se ler também). Muito pelo contrário. Eu até gosto de alguns dos meus erros, de ter certa inabilidade ao escrever. Não ter o domínio. Perco em fazer questão de me manter ignorante nalgumas coisas e ganho talvez na espontaneidade, na originalidade. Tudo bem que isso talvez seja desculpa de gente preguiçosa, incapaz e burra que não estuda. Mas eu prefiro ser preguiçoso, incapaz e burro, do que escrever o tempo todo citando e reproduzindo estilo e ideias alheias por exemplo. Vá lá também que “nada se cria, tudo se copia”. Mas um pouco de espontaneidade, originalidade e criatividade não faz mal a ninguém, eu acho, você não acha?

Sinto essa necessidade do original, do novo, do espontâneo, do contrário, da provocação, independente da destreza ou capacidade intelectual de quem escreve. Porém, mesmo não estando tão interessado assim na erudição do texto, muitas vezes uma vírgula, um ponto que faltou, uma frase ou outra mal colocada, me incomodam. Eu não sou contra a gramática, nem tão pouco contra as palavras. A repetição e cópia de estilos é que me dão no saco. Ninguém quer tentar ser diferente?

“Não é o que se fala, e sim por que fala. Existem muitos versos lindos por aí que não te tiram nem te acrescenta nada, o escritor já o faz dentro de um padrão, pensando o quanto vai agradar. Você faz seus textos não para agradar outros, mas por que esse é você, esse é seu jeito, e isso é o que importa, não precisamos agradar a gregos e troianos, mas sim ser sempre quem realmente somos, e isso eu vi em você, personalidade. Quando queremos ser interessantes para alguém nos limitamos por não querer desagradar, já quando não nos sentimos interessantes, podemos acabar sendo sem nem notar”.

Sollares

... E também nem tudo que é original, é necessariamente bom. Veja por exemplo essa crônica, mal escrita, mas...

Tiago Torress
Enviado por Tiago Torress em 23/04/2016
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