MACAU E O LAMAÇAL DE EGOS

O primeiro passo para superar um adversário não é vencendo-o, mas destruindo-o suas forças. E o primeiro passo para essa destruição é substituindo-o. Nietzsche dizia: “só se destrói aquilo que se substitui”. E ele estava certíssimo.

Falo isso com os olhos voltados para nossa cidade, Macau-RN, terra berço de esplendores, acolhedora e rica de se viver, mas que vem sendo DESTRUÍDA pela atual elite política verista, que se arrasta desde 2004, e que ainda se perpetua, hoje pelo comando do prefeito interino Einstein Barbosa, ao qual alguns lhe imputam o título de “golpista” e “Judas”. Tendendo se perpetuar mais ainda caso a oposição não saiba medir seus esquemas de poder, elementos eleitorais e meios de ação.

Enfim, estamos vendo nossa cidade definhar, porém ninguém sabendo medir as estratégias certas de substituição dessa atual elite. Alguns membros da oposição forçam uma articulação tendenciosa a levar ainda mais nossa cidade ao fundo do poço, de modo que, por tabela, poderá contribuir para a principal estratégia da situação: abrir mais e mais frentes eleitorais para assim a máquina findar engolindo-os.

Deve-se medir forças conjuntamente, não abrir outras candidaturas. Isso deve ser patente!

Uma metáfora para entender tal equação: quem aqui assistiu o filme “O Gladiador” perceberá que numa cena dele, na qual o imperador em exercício joga “O Espanhol” e seu grupo (uns cinco, salvo engano) na jaula contra outros guerreiros e leões e tigres, vê que a primeira instrução que “O Espanhol” dá é a seguinte: “NÃO SE SEPAREM, QUANTO MAIS ESTIVERMOS JUNTOS, MAIS FORTES SEREMOS”.

Ou seja, é exatamente isso que deve acontecer. UNIÃO DE FORÇAS! Ou a oposição se abraça ou morre asfixiada pela máquina pública.

Ora, o atual prefeito nunca foi votado, vem sendo repudiado e não tem expressão política. Entretanto, sua única aposta é no poderio da prefeitura. Ele até pensou que seria aclamado pelo povo ao fazer alguns atos, mas não decolou e, imediatamente, começou a usar a estrutura da prefeitura em seu favor eleitoreiro. Desse modo, a oposição deve ficar ciente que não estará lutando contra o provável candidato Einstein Barbosa, mas contra a máquina pública, seja ele ou qualquer um outro o candidato. Como se vê, o adversário a ser batido e destruído é o aparelhamento financeiro e administrativo da máquina, que vem sendo terminantemente mal gerida e usada meramente como fonte de apoio político, ante o número de nomeações e contratações feitas pelo gestor atual, apadrinhamentos políticos e “nepotismo branco” junto a mesma.

Sendo assim, a oposição, pelo andar da carruagem, ao abrir diversas frentes políticas em vez de se unir em nome dos melhores nomes, que hoje são o Coronel Fernandes, o médico José Antônio Menezes e o vereador Dércio Cabral, bem como esses já não terem definido ainda uma união pelo menos corporativa, tende se enforcar dentro do próprio jogo de egos de alguns.

O grande problema da maioria dos prefeitáveis em Macau é que não estão usando a razão dentro da política, mas a emoção interna de sonhos e conquistas pessoais. Tem deles achando que a cidade deve girar em torno de seu umbigo, quando o momento seria de se curvar diante das necessidades da nossa Macau.

Se o intuito é o bem comum da cidade, não podemos cometer a ingenuidade de servir de útil à estratégia de quem a destrói.

Fica aqui o meu apelo.

Por Emmanuel Clélio Kekel

Advogado, poeta e escritor.