Pedros e Antônios

Iniciaram-se agora, em maio, as férias antecipadas dos alunos dos colégios estaduais. O que não deixa de ser inusitado.

“Ocupa Cairú”, li dias desses nos jornais. O Colégio Estadual Visconde de Cairú já foi um dos melhores desta cidade. No tempo em que o Pedro II era considerado o “colégio padrão”. Tínhamos que prestar “exame de seleção” para entrar. Não consegui. No mesmo exame fui classificado para o João Alfredo, outro importante colégio na época. Aliás, todos os colégios estaduais eram bons. Orsina da Fonseca, Ferreira Viana (também escola técnica), Bento Ribeiro, Brigadeiro Schorcht, etc.

Logo abaixo do João Alfredo, tínhamos à esquerda a Escola Argentina e à direita o Hospital Pedro Ernesto. A Escola Argentina – não sei como está hoje – era uma das melhores do Rio. Ensino primário. E o imponente prédio do Pedro Ernesto dava-nos a certeza de uma boa conceituação.

Mas tudo muda. Não podemos falar da Escola Argentina por falta de maiores informações. Mas o Pedro Ernesto e o outro Pedro, o Antônio, em Niterói, não saem do noticiário. Nesses dois hospitais, bem mais importantes há algum tempo, hoje falta tudo. Acho que, inclusive, médicos. É precário o atendimento, o que provavelmente ocorre em todas as unidades hospitalares públicas do Rio e Niterói. Imagino o desconforto de seus diretores diante das câmaras da televisão. Optando por justificar o injustificável ou acompanhar a indignação da população.

Educação e saúde nesse estado lastimável. Quando, de certo modo, uma não vive sem a outra. E isso no segundo maior estado da nação. O que estará ocorrendo no resto do país?

Rio, 03/05/2016

Aluizio Rezende
Enviado por Aluizio Rezende em 03/05/2016
Reeditado em 03/05/2016
Código do texto: T5623615
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