"Quem olha para fora, sonha; quem olha para dentro, desperta!"

Carl Young

Me disseram que vivo no mundo da fantasia e depois tentaram me explicar melhor dizendo que isso significava que eu tinha arte na veia, que eu gostava de cultura e estas coisas...

Me disseram que eu filosofo demais, analiso demais, penso demais, raciocino demais, imagino demais, idealizo demais...

Me disseram que eu tenho um lado, assim, artístico, por assim dizer.

Me pergunto até que ponto gostei de ouvir isso ou até que ponto me incomodou. Fernando Pessoa disse que a arte é a magia que liberta a mentira de ser verdade. Can I?

Me disseram que sou um pouco neurótica demais, um pouco transtornada demais... Transferência?

Depois que me disseram este tanto de coisas pus-me a matutar bastante entre as paralelas “realidade” e “ficção” e dei-me por descobrir que elas se cruzam, oh, elas cruzam! Elas enroscam, elas transformam e, por vezes, desta cruza arrebenta uma rebenta paralela mediana entre elas: A vida. Oh.

Can I?

Depois de muito matutar não cheguei à conclusão nenhuma. E olha que matutei de várias formas, usei vários modelos. Filosofei na boemia dos botecos ao som de “Geni e o Zepelim”, classicamente conversando com amigos psicólogos, loucos, garçons e bêbados e artistas plásticos. Também fui ao dermatologista, cardiologista, umbandista, daimista... Fiz gráficos estatísticos baseados em acontecimentos da minha vida, fiz tendências mercadológicas, calculei percentuais de loucura e sanidade... Meditei, quase levitei...

Depois de tantos percalços e sem nenhuma definição não resolvi nada. Can I?

Can I just be myself?

Sendo verdade o dito acima, subscrevo-me.

Carolina Bahasi, ao seu dispor... (imagine a cena tirando o chapéu, e fim.)

Carol Bahasi
Enviado por Carol Bahasi em 13/07/2007
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