Quando o Tédio nos Golpeia na Boca do Estômago

Era sábado, por volta da dez da noite e eu estava louco por alguma ação, lá fora um frio desgraçado, mas eu me pus a enfrentá-lo, me aventurar por bares, e foi o que fiz, marquei com um amigo de tomar umas num bar próximo de casa; chegando lá, estava fechado, mas a sede era maior, caminhamos até um bar mais distante e lá sentamos a mesa, então começamos... Pois quando o tédio nos golpeia na boca do estômago não há o que nos mantenha sossegados. Todos nós conhecemos papos de bêbado, não dá pra fugir disso, logo estávamos discutindo política, ele formado em Direito, nitidamente, neoliberalista, mas às vezes se dizia anarquista, não me dei ao trabalho de entender como esse ajuste funciona. Eu, abertamente socialista, embora tenha convicção de que o Anarquismo seja o único caminho para romper as correntes e ser verdadeiramente livre, mas a humanidade é idiota, não está preparada para viver sem rédeas, então me atenho ao Socialismo.

O Som que rolava do bar é puro rock ‘n roll, mais uma garrafa, por favor! Papo vai, papo vem, lembrei-o de que estava rolando uma festa em um sítio bem distante de onde estávamos e eu não contava com sair da cidade, mas ele tem seus contatos, arrumou carona e lá fomos nós... No caminho parei num boteco e comprei algo para levar, jamais chego à uma festa de mãos vazias, compramos vinho e vodca, mais que suficiente para perdurarmos até o amanhecer; a ideia inicial era voltar por volta das 05:00, mas chegando lá outros já estavam partindo e nosso amigo, dono do carro, resolveu também ir, nos deixando lá... Puta merda, era quase uma da manhã, não teve jeito, queríamos ficar, afinal, era uma comemoração de aniversário de uma companheira chegada e nem todos se foram, muitos ficaram; Com o dia amanhecendo, fomos nos deitar, mais de dez pessoas num quarto, piadinhas, barulhos estranhos, antes que todos caiam em sono profundo.

Ao me levantar por volta das dez da amanhã, vários já estavam acordados, inclusive fazendo o almoço, o sol escaldando... a piscina era como a última fatia de pizza, cedi e mergulhei. Almoçamos, fizemos rateio para comprar mais cerveja, o dia foi se passando... Quando dei por mim eram quase cinco da tarde e todos estavam se aprontando para ir embora, eu me enganei ao achar que fosse de carro até em casa, a carona só nos levou até a cidade vizinha, lá soltamos e aguardamos o ônibus para casa, havia um desvio por causa de obras, o que significa que ele demoraria mais do que de costume, assim que ele chegou, embarcamos, quando pus os pés em casa eram oito horas de domingo.