Crônica de um domingo chuvoso

O dia amanheceu tal qual o sábado findou... Frio e chuvoso.
Assuntos bailam aos montes, mas tudo com aquele velho e característico ranço político. O exaustivo noticiário se esmera em bombardear o público com o caso do estupro do RJ; caso este que ganhou destaque nacional embasando debates políticos calorosos. O menino assassinado em SP, pela polícia, também está rendendo, enfim, todas tragédias viram pano de fundo, para incentivar ainda mais o clima tenso em que vive a nação. E por aí vai, Dilma, Cunha, Calheiros, Temer todos personagens essenciais neste momento crítico, sem falar deles parece um texto surreal,ainda assim,vou insistir no tema.

Lá fora a chuva incessante  deixa suas marcas, ritmo constante, roupas no varal aguardando uma réstia de sol que adentra a janela da lavanderia.

O velho portão de madeira, já mostra que o excesso de água, o deixou pesado e com dificuldade de manusear. A primavera, que enfeita o portão, em sua cor lilás, com muito vigor estende seus ramos para o lado do muro, agradecendo a natureza essa intervenção dos dias chuvosos. Não se ouve o cantar dos pássaros agora encontraram-se recolhidos em seus aconchegantes ninhos. Só ouvi, pela manhã bem cedinho, o cantar do galo do vizinho (ficou estranha a construção da frase), mas é isso mesmo, meu vizinho cria galinhas. Tão solitário cumpriu sua missão, anunciou o raiar do dia, mesmo que o arauto trouxesse as boas novas de um novo amanhecer, toda platéia continuava enrolada em seus quentinhos cobertores, seu plácido sono a manter.

Havia na varanda de casa, um xaxim com samambaia, esta se ressentia do calor e da falta de umidade, a coloquei embaixo da sombra de uma sibipiruna, e lá está ela, encharcada depois de tanta chuva nesses dias, pobre samambaia...

Dentro de casa aguarda-se todos acordarem, para iniciar os afazeres domésticos de praxe, para um dia em que crianças não podem brincar no quintal tudo molhado, as pessoas num entra e sai , deixam o chão todo marcado, e assim promete um domingo muito agradável, mas cheio de umidade e reclamações. 

Não reclamo da chuva, aliás, adoro, quando esta vem e traz a purificação do ar, fazendo um limpeza na atmosfera.Sem a chuva ficaríamos, mais uma vez, com as represas em estado  de alerta, ainda bem que ela chegou com o mês de junho.

Clima propenso para se criar, seja o que for, artes e afins, qualquer coisa, no recôndito dos lares, olhando através da janela vira motivo de inspiração.

Aqui vou encerrar essa crônica, antes que comece a rimar as frases e transforme esta em uma bucólica poesia.


 
Lia Fátima
Enviado por Lia Fátima em 05/06/2016
Reeditado em 19/10/2018
Código do texto: T5657749
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