Um rapaz de nome Frond

Sentada numa cadeira de balanço sob a luz do lampião de azeite de sebo, dona Posteridade tricotava uma pequena toalha e ao mesmo tempo observava o novo modo de "pintar". Sem dar muita atenção, confabulava com suas agulhas de tricô: - Que faz aquele rapaz apontando aquela caixa para mim? Diz ele que é o novo modo de "pintar". Mas não vejo tintas, pincéis e tela! Incomodada perguntou: - Ei rapaz? Sem pestanejar o moço respondeu: - Pronto! Aqui está a senhora eternizada nesse momento histórico! Sou eu mesma, sorriu!

Saiu daquela caixa? E como se chama essa nova "pintura"?

Chama-se o retrato de dona Posteridade. É a fotografia!

Tenho que ir. Mas qual o seu nome?

Pode me chamar de Frond.

Fonte: Crônica inspirada no livro de Cilmar Franceschetto Victor Frond - 1860 - Uma aventura fotográfica pelo itinerário de D. Pedro II na província do Espírito Santo.

Estêvão Zizzi
Enviado por Estêvão Zizzi em 10/06/2016
Reeditado em 10/06/2016
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