8. Tortura Onírica

Um sono que não é sono, uma mente inquieta, um coração pesado... Tamanho fardo dissipa-se nos primeiros raios solares, mas é por um intervalo demasiado pequeno – os Demônios logo voltam a me atormentar.

É inegável: Morfeu perdeu a batalha mais uma vez! Encontra-se espatifado, destroçado... Uma sede insaciável de gozo feminino toma conta de Sua deística existência. Ele sucumbiu à força mais avassaladora que a natureza já moldou: o amor sexual.

Como sanguessuga, tamanha pujança extrai cada centelha de vitalidade do homem – faz dele pusilânime, insosso, patético... O amor sexual é violento! Exige que se gaste toda a intensidade de espírito com um único fim: a satisfação dos desejos de Afrodite, e somente Dela.

Engana-se o tolo que vive na ilusão de achar que satisfaz a si próprio: não percebes, infeliz, que não tarda três quartos de hora para que Afrodite venha pôr a corda em teu pescoço novamente?

Engana-se o tolo que vive na ilusão de conseguir suprimir tal ânsia: acorda, estúpido, uma vez dada sua alma está capturada e marcada a ferro! Após o primo ato, o vício é implacável! Sempre desejará! Sempre!

Se escapa ao dia, a noite não falha! Um sono que não é sono! Uma mente inquieta! Um coração pesado! Sofrerás uma Tortura Onírica!