Mensagens que edificam - 212

"O pragmatismo da ontologia metafísica"

Cinco sentidos me foram atribuídos: tato, olfato, audição, visão e paladar. Tudo que pretende ir além disso seria um sexto sentido, e não está previsto na literatura médica. Qualquer atividade sensorial entra no campo da subjetividade, e isto é estritamente relativismo e cria múltiplas possibilidades para especulação de toda ordem, uma vez que são relatos de experiências pessoais, e a contraprova é mais vazia do que a argumentação que intente estabelecer uma prova. É crer, ou não crer, e abraçar uma ideia às cegas de qualquer princípio elementar que se norteie nos valores notoriamente verdadeiros. Eu chamaria isso de o pragmatismo da ontologia metafísica. Já parou pra pensar no que seja metafísico? Nebuloso, transcedental, enigmático, abstrato, etc. Como planear um conjunto de ideias e implantá-las como reais se o que há de concreto não é tátil? Se ser pragmático já evoca a admissão de conceitos extra físicos, não será nada fácil navegar por mares céticos, onde o dúbio é execrável. Noutro plano, ser ontológico talvez pareça um pouco mais racional, mas se o absolutismo da essência é ofuscado pela adoção de valores que solapam o que integra o mundo perceptivo, permitir a metafísica como sustentáculo para defesas nenhum pouco rudimentares é colocar em detrimento o que não se pode refutar. Lembra dos cinco sentidos? Se eu não posso tocar, se não posso cheirar, se não posso ouvir, se eu não posso ver ou degustar, fica um tanto quanto fora de cogitação. Mas onde fica a sensibilidade? O sentir não explica absolutamente nada no que tange a existência física, pessoal ou presencial sob o aspecto de trazer esta coisa para a vida prática. Ser suscetível a estímulos sensoriais não produz natureza existencial no caráter do tocável. Esta é uma exposição que não atende a nenhum requisito de princípios emocionais ou sensacionalistas, mas é a pura e fria conclusão que nos explica sob o prisma de indivíduos, e não de personas.