Amar é isso...

Estive pensando por esses dias...

Afinal, o que é amar?

Eu digo todos os dias e a todo instante que te amo.

Você me diz todos os dias e a todo instante que me ama.

Mas... amar é isso?

Eu escrevo cartas para você (sim, mesmo com tanta tecnologia, gosto das cartas) e coloco nelas, ou tento colocar, tudo isso que sinto dentro de mim, tudo isso que sinto por você.

Eu recebo e leio as suas cartas (sim, descobri que você também as ama) e em cada uma delas consigo ouvir sua voz me falando tudo isso que sente e que, na maioria das vezes, é indescritível.

Mas... amar é isso?

Eu cobro atenção de você, eu cobro quando você parece que não liga pra mim (só parece mesmo... me liguei muito a você e sinto sua falta), eu cobro que você não me esqueça um só instante do seu dia.

Você me cobra, porque eu não te dou atenção (o que não é verdade), você me cobra, porque naquela minha atitude ou naquilo que eu falei pareceu que eu não me importava com você (o que também não é verdade).

Mas... amar é isso?

Eu tento cuidar de você e detesto quando qualquer situação, qualquer pessoa, qualquer coisa te faz mal. Se eu pudesse você não sofreria nunca. Eu tento demonstrar que eu me importo com você e com tudo que esteja relacionado a você. Eu tento te mostrar que não importa aonde vá, não importa onde você esteja, não importa como você está, eu sempre estarei com você, segurando a sua mão.

Você cuida de mim, você festeja comigo quando eu acerto, e briga comigo quando eu erro. Você me dá conselhos do que é melhor pra mim, mesmo quando sabe que eu vou teimar e quebrar a cara por não seguir o que você diz. E em vez de “passar na cara” aquilo que tinha me dito, você segura a minha mão e se oferece, pacientemente, para me ajudar, e seguimos juntos nessa estrada da vida.

Mas, pergunto a você, caro amigo, amar é isso?

Vejo um casal de velhinhos andando de mãos dadas pela rua, ele tem cuidado para que ela esteja segura, ela encontra nele seu porto seguro. Parece algo simples, mas naquele gesto de andar de mãos dadas, consigo perceber a vida que tiveram juntos. Consigo perceber os momentos de alegria que tiveram juntos, quando se casaram, quando tiveram os filhos, quando se tornaram avós. No entanto, consigo perceber também os momentos de tristeza que tiveram juntos, quando o filhinho adoeceu, quando as contas eram muitas e o salário não dava conta, quando aquele velho parente morreu, quando o casamento passou por uma séria crise. E consigo ver, acima de tudo, naquelas mãos dadas, o amor que resistiu às intempéries do tempo.

E te pergunto mais uma vez... amar é isso?

NÃO.

Não?!

Isso mesmo, amar não é isso!

Amar é muito mais que isso.

Amar é tudo e é nada. É muito e é pouco. É alegria e é tristeza. É presença e é ausência. É carinho e é briga. É sorriso e é choro. É festejo e é lamento.

Talvez, você, meu caro amigo racional que está lendo isso, não veja sentido algum. E você está certo. Não há sentido, racionalmente pensando. Até já dizia nosso saudoso Camões que o amor “é um contentamento descontente”, que “é uma dor que desatina sem doer.” Faz sentido? Talvez sim, talvez não.

Mas, você, meu caro amigo sentimental, talvez entenda mais facilmente isso. Talvez você me entenda e entenda que o amor e o amar vai além daquilo que conseguimos explicar, vai além do que é visível nesse mundo. Talvez você entenda que o amor e o amar não é para ser pensado ou explicado, é para ser sentido.

Isso já nos foi ensinado há um tempo pelo nosso eterno casal Eduardo e Mônica: “Quem um dia irá dizer que existe razão nas coisas feitas pelo coração? E quem irá dizer que não existe razão?”

Quem vai ousar desafiar o enigma do amor e dizer que amar é isso ou aquilo?

Com toda certeza não serei eu, porque as palavras desse mundo passageiro são limitadas demais para definir um sentimento tão puro, tão singelo, tão imenso e tão intenso.

E você, vai se arriscar?

Asenate Brasil
Enviado por Asenate Brasil em 04/07/2016
Código do texto: T5687362
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