DESBOTA APARENTE O FATO
DESBOTA APARENTE O FATO
A festa é aonde que eu não posso ir
ja entrou no banheiro dizendo adeus
nunca vi tamanha coerência
com a ausência perfeita de mim
chamada pelo apelido de amore
de vez em quando
meu tesouro querida e outros tantos
do por enquanto chegando
do mundo lá fora
não seria uma grande piada
uma comédia intrépida que usas
a joia foi roubada porque pareço
estar em perigo ou algo assim
desleixada no sofá da sala
esperava aquele beijo na testa
aquela frequência que retarda
aquela baba colada de costume
aquele cardume de pesca
furtivo despejado em mim
que de costas me vingo deixando
teu sabor no lenço papel já úmido
escrito o nome do artista
que veio dar o tom do descaso
desta vez tiveste outra solução
para o caso de sexta
da noção pela loção quase ingerida
tua camisa desbota aparente o fato
que me acostumei com tudo
que é barato e fica eterno
me lembro da única lata
de cerveja no meu copo
e uma vontade louca de transar
nos fundos da casa
em meio a outras latas que falavam
pra ser uma fantasia divertida
contraí a ferida que ficou aberta
e agora pós-sinto minha idiotice
nada dizendo andando pelos cantos
como se algo estivesse
te separando da vontade de ir "brincar"
brindarei tua volta
já que a casa me pertence
com teus pertences de oferenda
na porta do lado de fora...
MUSICA DE LEITURA: BO DIDDLEY - GOING DOWN SLOW