PREFIRO ME TORNAR TEU ALIMENTO

PREFIRO ME TORNAR TEU ALIMENTO

Quer me dar tua mão pra atravessar

p'ra ter boa sorte

quer me dar a outra pra embalar

dançar nosso caminho

será que posso vulgar neste lugar comum

vim de saia vermelha

presa cintura cinta fina

quero que descubra como

posso retirar quero abrir-me

ser íntima destruir este incerto

que voa perambula

quase ovula percebendo tua alma

copula trazendo você mais perto

desperto do abrigo de instantes

vagantes sombras ainda prematuras

não novelam nossa conversa

que prensa lábios pra rolar

um desafio de criatura viva

editando imagens que sente

"indecente é toda história

somente percebida

poderá contar alguma coisa

distante"

insana folha desprendida da verdade

derruba meus sonhos secretos

por este lapso intruso

não pude falar do frio

ela sabe da finura do dia seguinte

cai amando toda terra

a terra é uma mãe adorável

e tenra pode viver de novo

ser terrena depois do alto custo

de preencher galhos mais velhos

é em fim essência fluida

e loucura que toma conta do silêncio

sou dúvida de me tornar um pomo

das partes

de criar a arte da iniciativa

de toda fruta

além da fome dos episódios sem corpo

que nascem

depois cair madura

de tudo ficar sabendo

desvia teu olhar do adivinho

que tem sol nos olhos

ele clareia uma escuridão sozinha

prefiro me tornar teu alimento.

JOLIE HOLLAND - Old Fashioned Morphine