O PRIMEIRO ESTRANHAMENTO
O PRIMEIRO ESTRANHAMENTO
Que desagradável tossir
enquanto eu falo
que amável me alcançar um lenço
devo admitir que não tenho
um bom hálito
depois de tantos beijos
apenas por hábito
me acostumei com a falta
o que aconteceu com o interesse
aquele mesmo que ainda a pouco
transava até no banheiro
nos fundos de qualquer endereço
lutávamos por orgasmos
eu pertenço agora a mim mesmo
entendi isso no centro espírita
olhei isso nas cartas
isso e eu com isso também
já veio comigo
disse o profeta de terno
segurando minhas mão suadas
ele não era do tipo padreco
parecia um avarento ancião
perdido em trejeitos na fala
...teu signo trafega por duas luas
e eu apenas vejo uma
deve haver um mal nos teus olhos...
você nunca prestou atenção
nunca prestou em nada
meu coração andava partido
um pedaço tinha inferno
outro estava frio nevado
nublado ficando em casa
as cataratas não tinham águas
mas desciam ladeiras
no mesmo lugar das fogueiras
que estavam apagadas
convenciam mais nos planos
nas atitudes corporizadas
enquanto estávamos na mesa
discutindo quanto ainda tínhamos
pra tirar algum proveito
do efeito causal de estar
por perto no momento
você ainda estava de saia
pelo bem do que vi por perto
de certo poderíamos
trocar novas ideias
eu tenho uma mas ela não
está por perto...
MÚSICA DE LEITURA: Big Mama Thorton - Born under a bad sing