São Paulo...suas luzes....

São Paulo das estrelas terrenas, céu que não brilha...suas parcas estrelas estão escondidas por de trás do manto negro da poluição.

Brilho! São as milhares de luzes que se fazem ver tão lindamente nas noites paulistanas.

Vem o clarão! E o fogo! E o desespero! O céu de São Paulo, brilha, mas chora, e suas lágrimas não apagam essas chamas. Não confortam, não aliviam.

O desespero dos pedestres, dos passageiros de outros aviões, da repórter de televisão, histérica que mal consegue dar a notícia. Das famílias sem assistência.

São Paulo chora junto com seus irmãos brasileiros, a cidade se desculpa por ser palco de tal desastre, quer acolher e não arremeter.

Quer divertir! Seus bares, seus restaurantes, teatros, museus, querem fazer uma noite de sonho para seus visitantes.

E seus trabalhadores incessantes, que fazem uma cidade funcionar 24 horas, com sorrisos.

Quem se lembra da reportagem com os carregadores do "Mercadão da Cantareira", com seu futebol majestoso as 3:00 da madrugada.

São Paulo, tão grande, grandiosa, quanta gente sofre agora!

Sofrem por seus entes queridos nesse avião, e as vítimas de tantos outros desastres, das enchentes, dos assaltantes assassinos nos faróis dessa metrópole.

Memória de um povo, curta, tudo passa e quando lembramos, o espanto pelo que já passou. Nossa, já faz tanto tempo assim!

Segundo alguns, memória essa culpada pela falta de vergonha dos nossos governantes. Vamos Senhores, cometamos qualquer ato ilícito, roubemos esse povo sem memória, amanhã eles já esqueceram. Se formos descobertos, não se apoquentem! É só ficarmos oito anos fora do poder e voltamos com força, que não me façam mentir o Sr. Paulo Maluf, ou o Sr. Fernando Collor.

Pois é, nossa memória não é curta por falta de responsabilidade ou ignorância, ela é curta porque precisamos sobreviver, porque se chorarmos nossos mortos por meses a fim, ficamos para trás, sem dinheiro, sem comida, sem vida. Nossa memória curta talvez seja uma dádiva de Deus Nosso Pai, para que possamos continuar nosso trabalho, para que possamos continuar o movimento incessante da vida e do progresso.

Quem trouxe o progresso...o povo sem memória, que chora todos os dias, mas enxuga suas lágrimas, sorri e diz...vamos lá meu Pai, enquanto eu tiver braços, pernas e uma cabeça pensante dai-me forças para continuar.

Então daí forças Pai, para essas famílias que choram e que percorrerão um grande calvário até o esquecimento dessa tragédia.

Então daí forças Pai, para essa cidade exuberante continuar andando rumo ao progresso de um país, que pouquíssimos se dão conta da grandeza.

Ilumina Pai, essa gente sem memória, e com o perdão à quem criou a frase, a essa gente que não desiste nunca!

Abençoa e ilumina, Pai!

Acolhe essas famílias e esse povo!

Patie
Enviado por Patie em 18/07/2007
Reeditado em 18/07/2007
Código do texto: T570267