VOCE e EU AGORA E DEPOIS


Há canções que o tempo guarda em suas linhas e mesmo que os ponteiros do relógio caminhem e as folhas do calendário sejam viradas, permanecem os acordes, as notas musicais, o ritmo num embalo que envolve e contagia... Quem ouve, pensa que são canções inéditas e únicas... novidades... mas são composições viajantes no espaço ao lado do tempo que as resguarda das ciladas do esquecimento.
Há canções que o tempo retém, talvez para embalar seu próprio caminhar imutável, cansativo... igual a qualquer cotidiano... Mas, o panorama nunca é o mesmo. Enquanto ele caminha - imutável... eterno, o cenário em seu entorno transforma-se... só ele permanece em sua mesmice. Não sente necessidade de ser mais veloz ou mais tranquilo em sua jornada. O ritmo é sempre uma repetição monótona como o tic-tac de relógios de pêndulos, daqueles bem antigos que existiam na casa de nossos avós (ou bisavós?).
Queria que o tempo guardasse em si a história de nós dois... que a registrasse e não deixasse que as aventureiras mãos do esquecimento a apagassem. Queria que o tempo repetisse o cuidado que tem com as canções que conserva em sua mansão alinhada no livro da vida de todos e de ninguém, porque nossa história está lá, mas a de outros também. Permeando-se, misturam-se e acabam formando uma só, a da existência humana.
Gostaria que a nossa fosse diferente, pois mesmo sendo parte da história de outros, há detalhes apenas nossos... momentos com nossa identidade... sinais... quase impressões digitais. Assim, quando retornássemos em algum momento que o próprio tempo determinasse, a primeira coisa que faríamos seria reler o que deixamos escrito e registrado. Quem sabe? Talvez repetíssemos os detalhes... os momentos da história de nós dois!
Somos Você e Eu agora!
Seremos Você e Eu depois?

Naget Cury, Junho de 2016.
Najet Cury
Enviado por Najet Cury em 19/07/2016
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