As Redes Sociais me deixam burro demais?!

Lembro-me de uma música inspiradora e que nos fez refletir e ainda o faz, “Televisão”. Cantada pelos Titãs e de composição de seus geniais músicos-escritores a canção ecoou em meados dos anos 1980 e com sua crítica ácida ao meio de comunicação manipulador, através dos monopólios televisivos, a música acabou me marcando. Alusões a alguns programas e a utilização de figuras de linguagem transformou a composição em um belo exemplo a ser estudado por diversos ramos da Língua Portuguesa – em especial a Análise do Discurso.

Mas hoje a televisão tem sim sua manipulação, porém as opções, através de uma gama de canais abertos ou fechados, somos postos a escolhas e estas deságuam no bom senso dos cidadãos que os procuram. E isso é o que acontece com a aberração que se transformou as redes sociais. Calma lá! O meio é vasto, progressivo, no entanto há que se lapidar, procurar aquilo que nos faz bem, que nos impõem a pensar, a buscar a reflexão.

As críticas aos mais jovens sempre permearam a História. Peças clássicas de nossos mais renomados expoentes gregos datavam o abuso dos jovens diante do Senado. São históricos sim, porém versa pelo campo psicológico. E a questão é o que esta geração vem fazendo com as informações, que o diga a má informação. Sítios, blogs, páginas no facebook etc. lançam-se ao ridículo, ao tudo é possível, então não me preocupo mais com aquilo que ofereço ao meu interlocutor. Se de um lado há o pudico diante do politicamente correto (PC), do outro existe a banalização das parcas e grotescas informações. Construções agramaticais, publicáveis nas redes sociais, pois esta convive com uma liberdade transformada em libertinagem em função desta falta de percepção, apuração. E aí não compactuo com a censura, mas sim com a elaboração das mensagens que almejo lançar. Nas redes sociais tu não estas diante do antigo diário, suas mensagens serão lidas, compartilhadas etc. e cabe ao mensageiro, ao missivista dominar o processo de elaboração (e aqui não falo das questões ligadas aos aspectos gramaticais da construção textual). Os textos devem dotar da mais pura e contundente liberdade, mas devemos pensar ao elaborar nossos discursos.

E a nossa função como professores, escritores, jornalistas ou cidadãos é povoar este mundo virtual de postagens que busquem o bem, que incentivem o pensar, que provoquem os interlocutores a refletirem. Postar simplesmente por postar não cabe mais. As mensagens devem ser dotadas de conteúdo, no entanto aquele que nos retire desta zona de conforto.

Sergio Santanna
Enviado por Sergio Santanna em 20/07/2016
Código do texto: T5703894
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