Quimeras

Às vezes me pego sentindo uma tão incomparável calmaria, e logo penso, que a vida é apenas um sonho lindo e passageiro e que acordarei num segundo, com a tempestade batendo com muita força nas janelas de Minh’ alma. Que bom que me permito ser igualmente a ela, com um certo alarde, tudo no sentido de esconder o silêncio que paira em meu ser....

A vida, por vezes se torna cruel, não permitindo o jogo duvidoso, do talvez ou quem sabe, ela até permite um certo descanso para alguns, e para outros um turbilhão de acontecimentos, as vezes bons, as vezes ruins, mas todos, com certeza, nos levará a algum aprendizado...

Meus pensamentos deambulando aqui e ali, onde não vejo razão para tantas emoções, se a vida é um mistério, que buscamos compreender a razão de tantas coisas! E me pergunto: “o que seria mesmo viver?!” se tudo que fazemos raramente nos satisfaz! Nessa divagação penso que vivemos num hospício?! Onde precisamos sermos sedados para não vermos que cada um não tem ideia, de que está ofendendo ou machucando um irmão seu que não tem noção dos acontecimentos que permeia ao derredor de nós?!

Não poderíamos mais dormir?! Com medo que nossos pensamentos sejam roubados por algo estranho e desconhecido?! E o amor?! Quando será que ele chegará, será que ele avisará?! Pedirá licença para fazer morada em nosso coração?! Acomodando-se silenciosamente como quem diz: “aqui eu quero ficar, você deixará?! Ou fugirá juntamente, com aquela paz tão esperada?!

Percebi, que estou vivendo o agora somente, como se fosse o último momento de minha tão insignificante vida, talvez até seja mesmo! Cansei de esperar, esperar pela aquela boa amizade, por aquele antigo amor. Cansei de esperar pelas coisas que independem de mim, mas bem sei que, de quem eu preciso de verdade, estará sempre ao meu lado, me cuidando, me guardando e me cobrindo com seu amor infindo...

Talvez, esta noite não amanheça, talvez eu continue amando com todo meu coração, sem esperar retribuição, de uma vez que o amor é involuntário, e se não fosse assim, eu não seria eu. Às vezes eu penso que não seria nada mal, se eu sentisse que todos nós pudéssemos ao menos uma única vez experimentar o real, o verdadeiro sentimento, livre de qualquer coisa que pudesse nos acorrentar, nos sentir verdadeiramente livres de nós mesmos...

Talvez eu consiga, quem sabe sair desse grande hospício, para tomar um banho de sol, talvez eu consiga me tornar um pouco de cada um que pela minha vida passou, pois cada um levou um pouco de mim e deixou bastante deles, talvez um dia eu sentirei a sensação doce de ter sido eu mesma, ganhando ou perdendo, eu sempre me pertenci.

Cida Camilo
Enviado por Cida Camilo em 21/07/2016
Código do texto: T5704289
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