DAS POUCAS COISAS

DAS POUCAS COISAS

Todo esculacho da vida permitida

o embaraço nas ruas

diante da candice forçada

quando não mais do que

parentes de certo somos

além de um dia ter casado

o reconhecimento do fracasso

começa pelo papel deixado

você levou o recado

mas esqueceu de ler o conteúdo

mudo sem dizer nada

sorriso que disfarça as mãos vazias

alegria pois hoje é apenas segunda

amanhã ainda não veio

e todo aquele misero labiar

convencendo não sem quem

olho para os lados

não vejo com quem

nem quem deveria aceitar

tanto adereço da tua prosa

quem paga tal preço

pra ouvir tanta conversa fiada

ainda bem que o papel era timbrado

ainda bem que ainda é cedo

ainda bem que o bar não fecha

a única coisa restante

de tudo que pedi pra trazer

satisfaz o momento

e o lamento ficando inconsciente

aquele barulho no estômago frequente

vai se apagar possivelmente

junto aos comprimidos

talvez sonhando com as coisas

uma janta que seria nobre

com as misturas de sempre

daquilo que havia no pedido

quase uma dor de súplica

um trocado que não voltou

me deixou aflita

sonharei pra não esquecer

de certo saberei entender

pensa ele

onde foi que tomou o que poderia

ser mais do que mão vazias.

MÚSICA DE LEITURA: Big Mama - Born under a bad sign

João Marcelo Pacheco
Enviado por João Marcelo Pacheco em 24/07/2016
Código do texto: T5707896
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