Sim, porque tudo é passageiro...

Será que estamos condenados a viver em eterna transição de gostos e costumes? Acho que a resposta está no título. Hoje, exatamente como fazia 10 anos atrás, escuto uma música que gosto e penso que se trata da melhor sensação que poderia chegar aos meus ouvidos. Imagino que nunca ela se tornaria para mim enfadonha ou irrelevante. Mas essa escravidão da volubilidade a qual estamos submetidos faz com que eu passe a considerar outras músicas intrometidas como a melhor que já ouvi e a qual quero continuar ouvindo para o resto da vida. É assim que acontece quando entramos em contato com qualquer som maravilhoso. Aliás, com qualquer sensação, seja ela visual, gustativa, olfativa, sonora, tátil ou mental. Mas hoje vou me ater à música.

A verdade é que meu histórico de idolatrias musicais começou aos 13 anos, com o Kiss, passou para o Guns N’ Roses, daí para o The Doors, depois para o Baden Powell, em seguida para o João Bosco, e agora chega ao Miles Davis. Ainda amo a todos, e escuto os três últimos diariamente. Mas quem garante que com o tempo eles caiam no ostracismo, assim como o Kiss – embora o MTV Unplugged ainda veja a luz às vezes - e o Guns, cujos cd’s eu já passei mais tempo escutando do que a todos os jogos do Grêmio na Gaúcha, juntos? E o The Doors, minha segunda discografia completa, minha barba e barriga em homenagem ao Jim decadente, quanto tempo faz que não os escuto?

Hoje não imagino que eu possa ficar mais do que duas semanas sem escutar o João Bosco. Mas o Baden já virou mensal, e olha que é o Baden Powell, parceiro do Vinicius e guru do Yamandú. Mas anos atrás eu também considerava inconcebível ficar sem ouvir Kiss, Guns, ou The Doors. Não sei por quais caminhos trilhará daqui para frente a minha preferência musical, a que novas aventuras ela poderá me levar, ou se finalmente chegou ao seu destino final com a MPB e o Jazz instrumental. Doce ilusão. A triste verdade é que tudo é mesmo passageiro, algumas coisas mais, outras menos, e logo estarei ouvindo diariamente outro som qualquer, e o Miles Davis também via passar meses sem que eu o escute.

P.Q.P... Que venham então as novas descobertas.

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Andrei Andrade
Enviado por Andrei Andrade em 20/07/2007
Reeditado em 20/07/2007
Código do texto: T571871