MENINAS, TENHAM CALMA!

Sou apanhado de surpresa num curto trajeto, distando apenas uma quadra da minha casa, por um acidente ali acontecido. Lá estavam as três, caídas no asfalto: a menina mais velha, de uns dez ou onze anos, a mais nova de cinco e a bicicleta, que não conseguiu galgar o imenso quebra - molas postado no fim de uma rua, na confluência com a outra.

O pânico estampado no rosto da pequena era evidente, quando a tomei no colo. Pôs-se a me chamar de médico, a elogiar-me pelo resgate daquele momento, ao mesmo tempo em que, também, culpava a outra pelo acidente. Disse eu que não foi culpa da coleguinha, que aquilo tinha sido acidental. Então, o anjo menor concorda comigo: tudo bem! Não é culpa de ninguém...

Levando-a nos braços para minha casa, que estava próxima, enfrentava um sério problema. Ambas tinham medo do poderia lhes acontecer em casa, quando relatassem o acorrido às respectivas mães. Mãe só serve para consentir! Quando algo está errado, o filho sempre estará na defensiva, a ocultar fatos comprometedores de desobediência, como neste acontecido.

Em casa, coloco a acidentada no sofá da sala, e ali procedo a um rápido curativo com álcool-iodado. Os lamentos continuaram. Tinham medo das megeras em casa. Uma, porque se machucara feio! Corte no lado interno do pé, arranhões pela perninha. Felizmente, nada na cabeça. A outra, porque pilotara mal a "bike", provocando o sinistro, com as características já descritas. Só me restava naquele momento convencer minhas amiguinhas a voltarem para casa e a relatar às mães o fato. Ainda tomaria bastante cuidado para não levar a culpa pelo acidente, visto chegar à casa dos Pais levando a machucadinha no meu carro! Fiz a entrega em domicílio, guiado pela colega da bicicleta, que me apontou o portão com seu dedinho em riste, não a vendo mais, depois. Saiu em disparada, fechou batida!

Fico imaginando quantos problemas um simples acidente pode trazer às pessoas. Incomparável esta tragédia aérea recente, em São Paulo! Para estas pessoas, de ontem e de hoje, sofrendo dor, medo, agonia, invoco a Benção da Paz do Deus Consolador!

Sobradinho-DF, 19 – 07- 07