PEDIDO DE PERDÃO

Venho, mui respeitosamente, solicitar ao Senhor que tenha piedade de nós, seres humanos, pelo fato de sermos ignorantes, no tocante à natureza e os seres que o Senhor colocou, em nosso planeta, com o intuito de oferecer-nos uma ótima qualidade de vida.

Nos perdoe, Senhor, por não termos a consciência de que a água é o líquido da vida e, despretensiosamente, poluirmos os rios e mares. Os peixes, que ali habitam, estão morrendo à míngua.

É sabido pelo Senhor que não temos amor nenhum pela casa redonda com que nos presenteou e, apesar de ser uma das menores de nossa galáxia, por enquanto, é a única, comprovadamente, a ter vida existencial.

O ar que respiramos, antes puro e, hoje, dividido com a fumaça que sai das indústrias e dos carros nas rodovias cimentadas dentro de cidades construídas, impermeabilizando o solo e derrubando árvores centenárias e matas virgens, d´antes intocadas, nos mata, aos poucos. Desculpe-nos, Senhor, por sermos tão imbecis, a ponto de fazer mal a nós mesmos e a nossos companheiros de jornada terrena, os animais, ao respirar toda essa porcaria jogada, displicentemente, na atmosfera.

Agora peço, por gentileza, um perdão todo especial para nós, pelo modo como tratamos esses animais. Somos isentos de compaixão: colocamos as galinhas em granjas durante toda sua vida, de pé, sem direito a descanso algum, só para colocar os ovos que consumimos. Elas ficam toda sua vida sem ver a luz do sol e, quando não conseguem mais botar seus ovos, as matamos para comer sua carne, aproveitando, assim, a transferência da energia vital delas para nosso próprio corpo.

O mesmo acontece com bois e vacas, em matadouros. São condenados à morte para nossa alimentação e seus couros para nossa vestimenta. Os porcos gritam, aterrorizados, quando estão na fila do corredor da morte.

Perdão, Senhor, pois somos insensíveis aos animais presos e confinados em gaiolas e jaulas, nos zoológicos, para nosso bel prazer e curiosidade de contemplar sua condição física exótica perante nossos olhos.

Diante do exposto, não quero cometer o “pecado” de esquecer de pedir perdão pela maldade que cometemos na prática de alguns “esportes” que realizamos, tais como touradas e rodeios.

Senhor, se possível, afasta de nós o cálice de Sua ira e permita que o fogo do inferno esteja em uma temperatura mais branda, frente a tantas transgressões que cometemos contra o presente que o Senhor nos deu, que é a vida, em todo seu esplendor.

Por fim, Senhor, tende mesmo piedade de nós!