PLATÔNIO QUER A FLOR 8

PLATÔNIO QUER A FLOR

Ela parece saindo de um filme

ilumina as trevas moribundas

que caminhei até onde o orvalho

é a única água descida como afago

diante do que sofre por amor

e suas lágrimas não podem

machucar por que a imagem

construída é uma mentira cega

ela não pode me ver

nada pode ser igual ao terreno

por onde passo

e fiquei tão perdido nas paixões

que a alma abriu-me lá fora

perigo a vista ela procura-me

nos cantos nos becos no jardim

do parque nas entradas sujas

nas ruas travessas nos abrigos

dos indolentes caídos

e mesmo retraído no alto do prédio

avisto uma flor quem dera

as flores pudessem transmutar-se

em destinos de santos abrindo asas

ao céu quem sabe ela passasse

sem demora por perto

aquele que era eu morreu no tédio

encontrado da minha loucura

apaixonado pela essência que

vagava nua aflita

encontrei ela lendo meus vestígios

destruí o fascínio pelo caso

deixei as roupas na lata do lixo

ela viu não sorriu pegou todas

levou minha sombra

caminho morto nos seus braços

não saiu a procura de nada

não quer esconder sua tristeza

parece coeza vivendo nela mesma

uma dor pelos olhos aguçados

ouviu um súplica criou um remorso

do espirito da paixão demonstrada

eu fiquei para trás

"e a paz dos motivos sem corpo

é o sopro do deserto no calor

o alimento produto do sofrimento

compra de volta felicidades estranhas"

ela quer encontrar ela de volta

ela tem agora um inimigo imortal

ninguém pode responder

p'ra aqui que não tem

aviso...

MUSICA DE LEITURA: TY SEGAL - Alone

João Marcelo Pacheco
Enviado por João Marcelo Pacheco em 22/08/2016
Código do texto: T5735847
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