EU ERA MINHA AMIGA
EU ERA AMIGA MINHA
É tarde sem demora nossa hora
persegue a dura realidade outrora
lembra do parenteses quando falei
de quem deixava pra amar você
condicionando minha paixão
pela mesma pena que tinha
d'outro traído por que ferido
queria continuar ocupando
meu corpo com seu falo
entusiasmado quase sempre
aloprado entrando em parafusos
com tudo que meus olhos
escapavam contudo ainda gozava
sentindo prazer pra consumir-me
adúltera dos desejos inteiros
que fazem da mulher uma busca
um tesouro uma ilha um recado
ao mar dos anseios brotados
na masculinidade intrépida de pose
o macho herdeiro das fontes
do animal tardio é charmoso
pra conquistar um perigo fantasma
encontrou-se dentro de mim
assim feito p'ra violentar
marcando um território
herdou minha permanência livre
eu vejo as cruz entre seus olhos
eu vejo teu velório
amando-me reclusa e falsa
Quem sabe apague as luzes
este livro não entende tua língua
eu receio que encontrei um caminho
um ninho a descoberta da ave-mãe
amanhã ela deva estar voltando
quando sair por ai levando
esta vontade calada
debaixo das cobertas tenho
algo em comum que desperta...quem sabe
serei tão predileta quanto
tentar esquecer o que insinua
lendo por que vendo nenhuma
das coisas tem este assim tanto interesse
quem sabe te agarro
poderia não ser tão imbecil
quanto demonstra na face risonha
incluindo um insano mercador
dos araques de valor usado
vamos...seja quem sabe ... o outro
pela metade , também me sirva
completamente!
MÚSICA DE LEITURA: Billie Holiday - Long Gone Blues