Qual a função do ser humano?

Em nosso planeta, tudo tem uma finalidade ou função definida.

As plantas enfeitam, curam, perfumam. Os pássaros, em seus voos, traçam no ar sinuosas linhas, enquanto seu canto alegra o dia. Até no reino mineral observamos vasta utilidade.

Assim, cada elemento exerce sua função conforme sua natureza.

E o Homem? Qual será sua função?

Pensar?..

Querer ser mais do que pode?...

Ambicionar cada vez mais e por isso matar, roubar, trair? Impor seu domínio sobre os outros?

Por sua constante insatisfação, o homem vive em busca de algo que nem mesmo sabe o que é.

Quer o paraíso.

Mas o que será o paraíso? Um lugar sem luta, sem briga, onde possa ter uma existência abastada?

Entretanto, todas as mazelas que nos cerca e oprime foram criadas pelo próprio homem; e agora, ele, o homem, quer um lugar onde estará livre de tudo isso: O paraíso!

Fico me perguntando:

Não será este mundo o paraíso perdido?

Nosso tempo aqui é perene. Isto é real. Se temos essa certeza, por que infernizar a vida que nos é oferecida por um tempo limitado?

Não sabemos, com certeza, o que virá depois. Apenas supomos conforme nossa crença.

Em busca de um paraíso remoto, destruímos o que temos agora. Ambicionamos mais e mais. Lutamos para chegar a um lugar hipotético. Criamos a ideia de posse, de apego egoísta; quando o principal argumento para a existência deveria ser melhorar a estadia das gerações que nos sucederão; para que assim, a humanidade possa ser preservada em sua função de mediar e apreciar os milagres que brotam nesse planeta.

Ao chegarmos aqui, a vida nos parece natural e não temos noção do quanto é precioso existir. Ter percepção deste milagre é igualmente presente e castigo, pois passamos a ter consciência da fragilidade nossa e do outro. E, principalmente, temos certeza de que a dádiva é por tempo limitado: Como um raio fugaz que resplandece e nos é dado intuir.

Um show deslumbrante que ao extinguir-se, só nos restará o silêncio - Ou não, conforme a crença de cada um.

Lisyt
Enviado por Lisyt em 22/08/2016
Reeditado em 24/08/2016
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