VIAGEM AO PERU I

No dia 20 de junho de 2016, um grupo de amigos meus, inclusive este modesto cronista, viajamos ao Peru, terceiro país da América do Sul e o nono do mundo em extensão territorial. Os nomes dos participantes desta interessante viagem não serão citados para preservar-lhes a identidade.

Viajamos de Brasília a São Paulo em avião da LATAM. Chegamos ao Aeroporto Internacional de Guarulhos às 11h45. Para matar a fome que nos consumia, almoçamos em certo restaurante do gigantesco aeródromo paulista. Terminado o almoço, demoramos alguns instantes em descontraída palestra, na tentativa de passar o tempo e afastar o tédio provocado por longas horas de espera. O voo com destino a Lima somente ocorreu às 19h30.

A duração da viagem até a capital peruana foi de quatro horas e trinta minutos. Chegamos a Lima às 22h45, hora local. No Brasil os ponteiros dos relógios anunciavam 45 minutos passados do dia 21 de junho de 2016.

O embarque para Cusco ocorreu quase cinco horas depois de pisarmos o solo peruano. Pacientemente, aguardamos por toda a madrugada, sentados em poltronas da sala de espera do aeroporto, na companhia de outros passageiros que viajavam para participar do festival cusquenho, já iniciado.

Desembarcamos no aeroporto de Cusco às 06h10 do dia 21 de junho, uma manhã gelada da estação invernosa. Estávamos cansados da viagem e sonolentos em virtude da privação do sono por toda a noite anterior.

Desembaraçadas as bagagens e depois de mascarmos folhas de coca para amenizar a respiração ofegante, decorrente da altitude das montanhas andinas que circundam a cidade, seguimos em veículo da Condor Turismo, com destino a Urubamba, primeira etapa da excursão.

A viagem ao Peru será descrita com absoluta fidelidade. Farei breves comentários a respeito do rico passado do país anfitrião, objetivando demonstrar aspectos de sua história milenar, atrativos naturais, riqueza cultural e importância turística.

Os primeiros indícios históricos da milenar civilização andina datam de 15.000 anos a.C. A primeira etapa de evidências arqueológicas estende-se até o ano 1.800 a.C., conhecida como Pré-Cerâmica. De 1.800 a 1.000 a.C., registra-se a segunda fase, denominada Etapa da Cerâmica Inicial, na qual se destacam as pinturas rupestres, caracterizadas por gravuras em rochas e cavernas. A atividade agrícola e os templos sacerdotais surgiram nessa época. As classes sociais e a civilização Chavín desenvolveram-se nos anos 1.000 a 200 a.C., identificados na terceira etapa histórica, conhecida por Horizonte Temprano. Os anos 200 a 500 d.C., intitulado Período Intermediário Temprano, esclarecem o desenvolvimento dos grupos sociais, as expressões artísticas e o surgimento das primeiras localidades urbanas. Moche, Nasca, Recuay e Lima são as mais importantes.

Chavin é uma região de quinze hectares, situada a 3.180 metros de altura. Pertence à província de Huaraz, no departamento de Ancash, localizado ao norte do Peru, entre a Cordilheira Branca e a Cordilheira Negra. Trata-se de área arqueológica onde se realizavam cultos aos deuses andinos. Essa área foi contemplada pela UNESCO com o título de Patrimônio Cultural da Humanidade.

A cultura Nasca é dos anos 100 a 600 de nossa era, distinguindo-se por sua cerâmica e artigos têxteis considerados os mais lindos do período pré-incaico. Também são famosas as pirâmides erguidas com elaboradas técnicas de construção da época.

Os nascas costumavam cortar as cabeças dos inimigos, mumificá-las e colocá-las penduradas na cintura, talvez intentando receberem a força e a destreza do guerreiro abatido.

Depois de Chavín e Nasca surgiram outras culturas, a exemplo de Paracas, Tiahuanaco, Wari e Chimú. Motivado pela limitação do conteúdo desta narrativa, não farei comentários a elas relacionados, igualmente ao procedimento adotado ao me referir às culturas Moche e Recuay. Espero contar com a compreensão do atento leitor.

Os incas desconheciam o uso do ferro, da roda e da escrita gráfica e alfabética. A representação da linguagem por meio de símbolos consistia na elaboração de nós em cordéis. Esse sistema denominava-se Khipu, utilizava numeração decimal e era usado para registro de operações contábeis e matemáticas.

A adiantada civilização inca não admitia a escravidão nem adotava sistema monetário, a prática do comércio e a acumulação de riquezas. Tampouco, cobrava tributos como fazem, hoje, as sociedades modernas. Algumas até exageram. Você sabe quem!

Aqui, faço pequeno intervalo nesta narrativa, para não cansar o distinto leitor. A sequência das informações que pretendo transmitir será efetuada em fascículos, que serão lidos, periodicamente, conforme o tempo disponível e sua intenção de conhecer parte da história milenar desse país que divide o continente sul-americano com o Brasil.

Até breve!