O presente.

Junquilhos, o presente.

Quando comecei a escrever no Recanto encontrei pessoas que passaram a fazer parte do meu mundo particular. Dentre eles um senhor, nostálgico, capaz de pintar com palavras os encantos de sua região. "Um ourives da palavra" como tão bem o definiu outro escritor do recanto. Em suas crônicas ele falava de junquilhos, que ao florir em agosto, perfumava os campos; e de tímidas violetas que, ao contrário das tão conhecidas violetas africanas, brotavam em pequenas touceiras e suas flores, recatadas e perfumadas, desabrochavam sob as folhas.

Comentei que infelizmente não mais encontrava essa violeta em minha região e os junquilhos eu não conhecia. O que era uma pena!

Um belo dia recebi, via correio, uma encomenda: Era uma pequena caixa, muito bem embalada. Com curiosidade fui desfolhando os vários papeis que envolviam a encomenda. Para minha surpresa: dentro estava, muito bem armazenada, em torrão de terra úmida, a muda de violeta ainda verde e viçosa, e junto, em outro saquinho, estavam os bulbos do junquilho.

Uma carta carinhosa explicava como deveriam ser cultivados.

Dizer da minha satisfação em palavras é impossível. Alegria por receber algo tão desejado, mas principalmente pelo carinho e atenção vindos de um amigo distante que eu nem conhecia pessoalmente e que graças a tecnologia conseguia estar em sintonia de amizade.

Os meses passaram. Agora, entre agosto e setembro, a alegria se renovou ao ver florir os junquilhos e senti seu perfume a inundar meu jardim. Sei que, em breve, surgirá, também, pequenas violetas na vistosa touceira da muda que recebi.

Enquanto eu viver serei agradecida a esse amigo distante que, ainda hoje me presenteia com maravilhosas fotos de sua região. Fonte inspiradora para minhas aquarelas.

Obrigada, amigo, você é um ser humano especial!

Lisyt
Enviado por Lisyt em 03/09/2016
Reeditado em 25/09/2016
Código do texto: T5749503
Classificação de conteúdo: seguro