Protagonistas? Não! Figurantes, sim!

Não sei quem agora – e noutros momentos também – se apossa de meu ser e pelo papel conduz a minha mão que por ele desliza a caneta. Talvez um dia me seja dada a honra de conhecê-lo! Até lá... Deixemos que as ideias fluam, flutuem e se fixem atemporalmente onde lhes estiver destinado ficarem.

Que temos de ser protagonistas de nossas próprias histórias é fato que quase todo mundo conhece. Alguns levam ao extremo de se acharem o centro das atenções no imprevisível palco da vida. Outros se deixam levar ao ponto oposto e aceitam de forma consciente o papel de figurantes na encenação real de suas existências. Ambos erram, pois na Grande História da Vida somos meros coadjuvantes no palco da Natureza Divina; da qual somos ínfima parte e não senhores ou escravos.

Em virtude dessa ignorância, – proposital ou provocada – espíritos humanos, encarnados ou não, ainda se prendem, em sua maioria, às amarras do Ter, fechando para si as portas do Ser. Desta forma, são aprisionadas às trevas da angústia, arrogância, prepotência e afins; de onde o reerguimento é de extrema dificuldade. O pior é que muitos dos que ali caem, não enxergam em si a solução para os problemas e perseguem aqueles a quem julgam serem os responsáveis por sua queda. Engraçado que quando no topo, não costumam lembrar-se de quem os levantou e muito menos de quem lhes serviu de degrau.

Há também aqueles que vivem a espalhar pessimismo e rancor em nome de um falso realismo. Acham-se donos, os únicos detentores da verdade e raramente se convencem do contrário. Estes se esquecem de que é preciso espalhar e semear esperança e positividade, mesmo quando tudo parece não negativo.

Urge ao ser humano, perceber em tudo – absolutamente tudo – uma possibilidade de aprender, de evoluir em todos os aspectos. Todavia, não julguemos ninguém, pois como alguém já disse “cada um sabe as dores e alegrias que traz no peito”.

Conforta-me, nestes sombrios tempos em que o ego desmesurado prevalece sobre a coletividade e o bem comum, a consciência de que a Lei Divina, a Luz do Criador, alcança a todos, estejamos onde quer que seja. Para tanto, utiliza-se de seus guardiões em todos os cantos e recantos dos planos físico e espiritual. Assim alcançando, inevitavelmente, a quem tenha se desviado do caminho escrito e descrito desde antes de se abrirem para nós as cortinas da vida na carne. Nessa hora, quem não retoma o caminho por conta própria, nele é recolocado pela dor; mesmo que sejamos obrigados a sair de casa e para ela retornarmos quantas vezes forem necessárias.

Cícero Carlos Lopes – 1609-2016

Cícero Carlos Lopes
Enviado por Cícero Carlos Lopes em 17/09/2016
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